RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A vitória de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, na eleição presidencial do Flamengo é uma volta dos que se foram há nem tanto tempo.
A chapa de oposição ganhou, vai tirar o grupo e a influência de Rodolfo Landim do poder. Mas várias figuras conhecidas da política rubro-negra retomam espaço na nova -mas nada desconhecida- gestão de Bap.
A começar pelo próprio cabeça da chapa. Bap já ocupou vários cargos desde a posse da chapa azul original, com Eduardo Bandeira de Mello.
Foi vice de marketing, trazendo patrocínios cruciais no momento de reestruturação, mas rachou com a gestão em 2015. Depois, já com Landim, foi VP de relações externas entre 2019 e 2021, na fase mais vencedora da gestão. Posteriormente, presidiu o conselho de administração, até 2023, e antes chegou a ser membro do conselhinho do futebol.
Até que também rachou com Landim, de quem não recebeu apoio para o pleito mais recente.
E nesse processo de costura de uma chapa que pudesse concorrer contra Rodrigo Dunshee de Abranches, angariou apoio de vários que nos últimos dez anos fizeram parte da diretoria do Flamengo e agora compuseram o grupo político que se deu melhor nas urnas.
Essa turma não necessariamente tem vice-presidência assegurada, mas ajudou a encorpar a campanha, até pelo que fez num passado recente no Fla.
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O CARA DO JURÍDICO
A começar pelo próprio vice-presidente geral, eleito na chapa com Bap. Flavio Willemann assumiu o jurídico do clube no início da gestão Bandeira e teve um trabalho árduo para estancar a sangria de processos que eram ameaças constantes às finanças do clube.
Entre dezembro de 2012 e novembro de 2018, o número de processos trabalhistas envolvendo o Fla despencou de 500 para 52.
OS FIGURÕES DAS FINANÇAS
Bap trouxe para seu lado dois dos principais nomes das finanças do Flamengo nos últimos anos: Rodrigo Tostes e Cláudio Pracownik.
Ambos foram VPs da pasta que foi uma das mais exaltadas no clube por conta da decolagem de arrecadação, do controle das contas e da política de pés no chão.
Tostes é quem esteve mais recentemente na gestão do Fla, já no segundo mandato de Landim. Mas se afastou por entender que Bap era o cara para os próximos três anos.
EX-VP DO FUTEBOL AGORA MIRA OUTRO CARGO
Ricardo Lomba foi vice de futebol entre 2017 e 2018. Chegou a se candidatar à presidência do clube, mas perdeu. Agora, no bloco de Bap, tenta outro cargo político e eletivo: o comando do Conselho Deliberativo.
A vitória de Bap, pela margem que foi, é um bom indicativo para Lomba. O Conselho Deliberativo é importante para apontar o nível de governabilidade que o presidente do Fla terá.
FIGURAS DOS ESPORTES OLÍMPICOS, COMUNICAÇÃO E MARKETING
A chapa de Bap trouxe para si ainda nomes como Antonio Tabet, ex-VP de comunicação do Fla, Alexandre Póvoa, ex-VP de esportes olímpicos, e Ricardo Hinrichsen, que foi VP de marketing em 2009, ano de contrato com a Olympikus e título brasileiro.
O advogado Marcos Motta esteve entre os apoiadores de Bap, mas não tem planos de se desvincular do escritório do qual é um dos sócios e também do trabalho no mercado do futebol. De qualquer forma, pode prestar serviços ao clube.
IGOR SIQUEIRA E LUIZA SÁ / Folhapress