SANTIAGO, CHILE (UOL/FOLHAPRESS) – Por 35 anos, Robson Caetano foi considerado o homem mais rápido do Brasil. A marca finalmente caiu este ano, quando Erik Cardoso e Felipe Bardi superaram a barreira em menos de dois meses. Em conversa com a reportagem, o medalhista olímpico e bicampeão Pan-Americano exaltou o potencial dos atletas que estão nos Jogos de Santiago.
Robson conhece ambos e acredita muito no potencial e na força mental de Erik Cardoso. Já quando menciona Felipe Bardi, prata nos 100m rasos no Pan 2023, o ex-atleta vê um futuro ainda mais promissor que vai aparecer conforme o jovem adquirir maturidade.
“O Erik tem a cabeça melhor. É aquele garoto que você vê, percebe no semblante que ele é o cara que quer mais que todo mundo. Por causa da estatura, né? Ele é um pouco mais baixo que os outros, mas ele quer mais, mas muito mais que os outros.Portanto, já que ele correu 9s97, ele se tornou o melhor brasileiro”, comentou Robson.
“Mas o Felipe Bardi é um atleta que, na hora que der o clique na cabeça dele de que ele é o cara, ninguém segura. Ele vai correr 9s80, vai correr 9s90. O Bardi é muito talentoso. Tem uma elegância para correr gigantesca. Falta esse cliquezinho. E a hora que vier, nossa, segura o resultado”, destacou o ex-velocista.
Até este ano, nenhum brasileiro tinha corrido os 100m rasos abaixo de 10 segundos. Erik Cardoso e Felipe Bardi quebraram essa barreira com a diferença de menos de dois meses e não foi coincidência. Os dois velocistas treinam juntos e são motivados um pelo outro. Erik fez 9s97 no Sul-Americano de atletismo em julho e Bardi correu 9s96 no Troféu Bandeirantes, no início de setembro.
BEATRIZ CESARINI E PAULO FAVERO / Folhapress