MACEIÓ, AL, E RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (10) em Maceió que, antes do evento, perguntou a uma mãe de cinco filhos e beneficiária de residência do Minha Casa Minha Vida quando ela “vai fechar a porteira”.
“Quando entrego uma chave a uma pessoa, aquela menina tem cinco filhos, eu falei: ‘Companheira, quando vai fechar a porteira?’. Não pode mais ter filho, ela já tem cinco. Ela tem 27 anos de idade. Eu falei: ‘É preciso você se cuidar’. Porque na hora que o filho nasce é preciso saber como a gente vai cuidar e nem sempre o estado cuida, a religião cuida, quem tem que cuidar é o pai e a mãe”, afirmou Lula.
A fala foi proferida durante cerimônia na capital de Alagoas para a entrega de 914 apartamentos do Conjunto Residencial Parque da Lagoa. As moradias vão beneficiar 3.565 pessoas de famílias da Faixa 1, com renda mensal de até R$ 2.640.
De acordo com o governo federal, das 914 famílias que receberão unidades nesta ocasião, 488 recebem o Bolsa Família ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o que significa que estão isentas do pagamento de prestações.
A visita a Maceió fecha a agenda de Lula em Alagoas, no primeiro ciclo de visitas do presidente ao estado no atual mandato. Nesta sexta (10), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi vaiado durante o ato.
Lula tem sido criticado por oposicionistas por gafes e declarações em eventos recentes.
Em março, por exemplo, a gafe envolveu a qualificação de mulheres para o mercado de trabalho. O mandatário disse que mulheres com formação não dependeriam de seus pais para comprarem batom ou calcinhas.
Em fevereiro, afirmou que nenhuma mulher quer namorar com quem tem como profissão ajudante geral, durante discurso no Complexo do Alemão defendendo investimentos na educação.
Em trecho de sua fala, o presidente afirmou que o país sempre foi governado por quem “não tinha apreço pela educação” da população. Ele continuou: “Nenhuma mulher quer namorar com um cara que mostra carteira profissional, qual é a sua profissão? Ajudante geral. A mulher fala: ‘Pô cara, nem uma profissão você tem, para levar o feijão e o arroz para casa no final do mês, e as crianças que vão nascer, como é que a gente vai cuidar?’ Então, tem que estudar”.
No mesmo mês, em São Bernardo do Campo (SP), ele disse a uma mulher negra que “afrodescendente assim gosta de um batuque”, em episódio que foi alvo de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
JOSUÉ SEIXAS E JOSÉ MATHEUS SANTOS / Folhapress