SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quase metade (47%) dos empresários da indústria ainda diz conhecer pouco ou nada da capacidade do 5G. Entre as companhias que dizem não ter conhecimento algum, 79% não discutem o tema na empresa.
Ainda assim, adotar a tecnologia 5G é algo considerado importante ou muito importante para 61% dos empresários industriais, aponta uma pesquisa inédita realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada nesta sexta-feira (6).
O mesmo patamar, de 6 em cada 10 dos que ainda não possuem rede de 5G instalada, dizem prever investimentos na tecnologia nos próximos 12 meses, e 14% não acreditam que a empresa irá aportar recursos em uma rede.
Os dados também apontam que 54% das empresas ouvidas nem sequer discutem a instalação da rede e apontam a falta de infraestrutura na região onde estão e o custo elevado para implementar a tecnologia como os principais problemas.
A falta de discussão sobre a adoção de uma rede 5G é maior entre as pequenas indústrias (55%) e em empresas do Sudeste (57%). Em 9% do total da amostra há um plano formal de implementação da tecnologia, sendo que em 7%, esse planejamento ainda não foi colocado em prática.
Quando questionados sobre o tema, 64% dos empresários apontaram a falta de infraestrutura adequada na região. O alto custo de soluções e equipamentos para as redes privativas, a falta de suporte das operadoras e o alto custo para fornecimento e manutenção do serviço aparecem empatados, em segundo lugar.
Entre os empresários consultados que dizem considerar a tecnologia relevante, 35% discutem o tema, mas não contam com um plano formal de implementação do 5G, 14% já têm um plano construído e apenas 8% já têm uma rede instalada.
“A incorporação da tecnologia 5G tem um papel importante no desempenho industrial brasileiro, em especial no contexto de digitalização da produção, que chamamos de indústria 4.0”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, por meio de nota.
A principal diferença do 5G para o 4G é a velocidade na transferência de informações, chamada de latência. A confederação lembra que a nova rede 5G permitirá a interconexão de equipamentos e dispositivos e possibilitando o acesso a produtos inovadores e utilidades domésticas, desenvolvendo a chamada IoT (Internet das Coisas).
Uma das expectativas da indústria é que a expansão da tecnologia 5G facilite o processo de automação e a integração de diferentes tecnologias que incluem inteligência artificial e robótica.
“Mais agilidade e eficiência nos sistemas de comunicação são traduzidas em ganhos de produtividade e em mais competitividade”, acrescentou Andrade.
Para Samantha Cinha, gerente de Política Industrial da CNI, há uma expectativa em relação ao 5G na indústria, considerado um passaporte para a aceleração da digitalização no país. “A rede contribui diretamente para a automação e a integração de diferentes tecnologias que incluem inteligência artificial, robótica e internet das coisas.”
Foram ouvidos 1.002 executivos da área de tecnologia de indústrias de pequeno, médio e grande portes, de todas as regiões do país, do dia 8 ao dia 20 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Conforme um levantamento feito pela InvestSP, agência que é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o total de cidades no estado de São Paulo que atualizaram as suas leis para facilitar a instalação de antenas celulares, necessária para a expansão do 5G, subiu para 125 até o início de junho.
DOUGLAS GAVRAS / Folhapress