SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Praticamente todo o estado de São Paulo deverá entrar em estado de emergência para risco de incêndios ao menos até sábado (31).
O alerta é da Defesa Civil estadual e ganha força após os focos de incêndio que atingiram municípios paulistas no fim de semana. Balanço da Defesa Civil da manhã desta segunda-feira (26) apontava 34 mil hectares de área queimada em 14 regiões paulistas.
A situação levou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a determinar a criação de um gabinete de crise para atuar nas queimadas na última sexta-feira (23).
Não havia focos ativos de incêndio nesta segunda, mas 48 municípios estavam em alerta máximo para queimadas, o que tende a aumentar por causa da volta do tempo seco, previsto para ocorrer entre quarta (28) e quinta-feira (29).
Em Ribeirão Preto, por exemplo, uma das cidades que foram afetadas por incêndios nos últimos dias, termômetros podem atingir 32°C na quinta, com queda da umidade relativa do ar para até 20%, segundo previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Em São José do Rio Preto, a máxima deverá alcançar até 33°C até o fim da semana. Não há previsão de chuva para o estado de São Paulo nesta semana.
Mapas elaborados pela Defesa Civil espalham gradualmente durante os próximos dias os níveis de riscos de incêndios..
Há quatro estágios destes avisos: amarelo (baixo); laranja (alto), alerta (vermelho) e emergência (roxo).
No sábado, apenas o sul paulista e a faixa litorânea estão fora de algum desses quatro níveis, de acordo com mapa divulgado na noite desta terça-feira (26).
Nesta terça-feira (27), o nível vermelho ganha corpo a partir das regiões norte e noroeste e mudam a tonalidade para o roxo a partir de quarta.
Segundo o tenente Maxwel Souza, da Defesa Civil, esse mapeamento é uma das ferramentas usadas pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), do órgão estadual, para adotar ações preventivas com os municípios com áreas de risco.
Algoritmos, explica, cruzam informações, como temperatura, previsão meteorológica, umidade do solo e do ar, acumulado de chuva e velocidade do vento para calcular os níveis de informação para riscos de incêndio. Esses dados são atualizados diariamente.
“Encaminhamos esse documento todos os dias para municípios trabalharem planos de contingências “, diz o tenente Maxwel.
A partir dos mapas de riscos, as cidades podem adotar medidas preventivas, como construção de aceiros faixas livres de vegetação em terrenos que funcionam como barreiras naturais para propagação do fogo, vistorias em locais atingidos pelo fogo anteriormente e comunicar as comunidades sobre o perigo.
Outra ferramenta utilizado pela Defesa Civil é o SMAC, um sistema de monitoramento operado em parceira com a Climatempo, com informações a partir de quatro satélites, que possibilita enxergar focos de incêndio em áreas de até 15 metros quadrados.
Esse sistema permite descobrir se há fogo em locais distantes, onde normalmente não há vizinhança e, por isso, bombeiros só são acionados quando as chamas já se alastraram.
A partir destes dados, as defesas civis municipais são questionadas se sabem do problema para agir.
FÁBIO PESCARINI / Folhapress