RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Quatro pessoas foram feridas durante tiroteio entre policiais e suspeitos do tráfico do Complexo da Penha, uma das bases principais do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, em operação na manhã desta terça (3). Os feridos são três moradores, incluindo uma grávida, e um policial civil.
A ação no complexo é realizada pelas polícias Civil e Militar e faz parte da força-tarefa intitulada Torniquete, que visa combater o roubo de veículos no estado. Cerca de 200 agentes participam, com apoio de blindados e helicópteros. Há ainda participação de policiais do Pará e do Ceará em busca de criminosos desses estados que estariam escondidos no complexo.
Há registros de tiroteios intermitentes e barricadas em vias para impedir o avanço de policiais. Serviços básicos, como transporte público, clínicas da família e escolas públicas, sofrem alteração no funcionamento nesta terça.
Segundo informações da secretaria de saúde, a gestante foi ferida por estilhaços no rosto e já foi liberada. O agente segue internado, com uma bala alojada no ombro direito. Os outros feridos estão estáveis.
Segundo as investigações, é do Complexo da Penha que partem as ordens para as disputas entre rivais em busca de expandir territórios. A polícia ainda busca criminosos dos estados do Pará e do Ceará que migraram para o Rio de Janeiro a fim de se esconder no conjunto de favelas.
As investigações apontam ainda que traficantes da facção sob o comando de Edgar Alves Andrade, o Doca, Carlos Costa Neves, o Gadernal, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues são responsáveis, entre outros crimes, por ordenar roubos de veículos e de cargas, para viabilizar a compra de armamento, munição e o pagamento de uma “mesada” aos parentes de presos faccionados, bem como das lideranças da facção.
Até o momento, um casal foi preso, e foram apreendidas uma motocicleta e uma pistola.
VEJA OS SERVIÇOS AFETADOS
Sete linhas de ônibus tiveram seus itinerários alterados em razão da operação policial no Complexo da Penha, segundo a Rio Ônibus. As linhas impactadas são: 313 (Grotão-Praça Tiradentes), 621, 622 e 623 (Penha-Saens Peña), 625 (Olaria-Saens Peña), 679 (Grotão-Méier) e 721 (Vila Cruzeiro-Cascadura).
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 16 unidades escolares no Complexo da Penha foram diretamente afetadas, com suspensão de atividades devido à insegurança na região.
Já a secretaria municipal de Saúde afirmo impactos em três unidades. A Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia, na Vila Kosmos, suspendeu o início do funcionamento e avalia a possibilidade de reabertura à tarde. Já a Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão, mantém o atendimento interno à população, mas interrompeu atividades externas, como visitas domiciliares. A Clínica da Família Aloysio Augusto Novis, localizada na Penha Circular, acionou o protocolo de acesso mais seguro e interrompeu o funcionamento por precaução.
No sistema de transporte BRT, a MOBI-Rio, atendendo a solicitações do Comando da PM, suspendeu temporariamente três serviços do corredor TransCarioca: as linhas 42 (Fundão-Manaceia), 43 (Fundão-Santa Eugênia) e 46 (Penha-Alvorada). Além disso, seis estações permanecem fechadas, afetando o trecho entre a Penha e Vila Kosmos.
BRUNA FANTTI / Folhapress