Quatro policiais da PRF são denunciados por morte de jovem em blitz no Rio

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Quatro policiais rodoviários federais foram denunciados pela morte de uma jovem de 23 anos durante uma blitz no Rio de Janeiro.

O MP pediu a prisão preventiva dos agentes por homicídio qualificado. Todos eles estavam presentes na ocorrência que acabou com Anne Caroline Nascimento Silva, 23, morta em junho de 2024.

Acusações contra os policiais. Os agentes foram acusados de fraude processual, tentativa de homicídio e lesão corporal grave cometida contra a diarista Claudia dos Santos, que trafegava em outro veículo e também foi atingida.

Coautoria dos policiais que não dispararam. O MP pediu a mesma condenação para os quatro acusados, mesmo que só um tenha cometido os disparos, alegando “confluência de vontades” dos agentes. Segundo o órgão, eles também tinham intenção de matar o motorista do veículo ao atirar.

PRF afastou servidores e não vai se pronunciar. Órgão afirmou ao UOL que “não irá se manifestar sobre movimentações processuais que dizem respeito à defesa pessoal dos policiais” e disse que os servidores foram afastados previamente desde o dia da ocorrência.

“Disparar oito tiros de fuzil contra a traseira de determinado veículo em movimento que, evidentemente, estava sendo conduzido por alguém, é um inegável atentado contra a vida”, disse Eduardo Benones, procurador da República, em decisão.

RELEMBRE CASO

Anne foi baleada com tiro de fuzil. Ela estava dentro de um veículo na rodovia Washington Luiz e voltava de um restaurante com o marido em Duque de Caxias.

Policiais dispararam oito vezes. Sete tiros atingiram o carro da jovem, que estava no banco de carona. Outro atingiu uma diarista que estava dentro de outro veículo e também precisou ser hospitalizada.

Jovem foi socorrida antes de morrer. Anne deu entrada no Hospital Getúlio Vargas e morreu quatro horas depois, durante cirurgia.

Marido denunciou “intimidação policial”. À Justiça, Alexandre Mello, marido de Anne, contou que passou por uma espécie de “interrogatório informal” ainda no hospital, quando ele esperava notícias da mulher.

Perseguição na rodovia. O marido de Anne também contou que a viatura da PRF começou a seguir o carro com faróis desligados, ligou o giroflex e não deu tempo de parada antes de começar a atirar.

“Desfecho trágico”, afirmou PRF após morte. O policial responsável pelos disparos foi preso na ocasião e, na época do crime, a PRF lamentou o “desfecho trágico” da ocorrência.

Redação / Folhapress

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