SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A economista Marina Helena é a candidata do Novo à Prefeitura de São Paulo. Deputada federal suplente, trabalhou em bancos e foi diretora de Desestatização do Ministério da Economia durante a gestão Paulo Guedes.
Com 4% das intenções de voto, ocupa o sexto lugar da mais recente pesquisa Datafolha. Em 2020, seria candidata a vice-prefeita, mas o cabeça de chapa, Filipe Sabará, foi expulso do Novo e ela desistiu de concorrer. Hoje Sabará é coordenador do programa de Pablo Marçal.
Defensora do empreendedorismo e ex-presidente do Instituto Millenium, que defende ideias liberais, ela disse à Folha em 2023 que fugiu de casa quando foi abusada e que teve a vida transformada pela educação e pelo trabalho.
Em maio, a Justiça Eleitoral acatou pedido da deputada para ocultar declarações de bens das campanhas de 2020 e 2022, quando foi candidata à deputada federal. Em 2024, ela declarou patrimônio de R$ 9,7 milhões, incluindo aplicações em renda fixa, participação em fundos de investimento, um apartamento e uma casa no valor de R$ 7,6 milhões.
A campanha de Marina Helena dá ênfase ao problema da segurança pública, e uma das propostas dela é armar os agentes de trânsito da cidade de São Paulo. Sobre a cracolândia, diz que terá tolerância zero com o crime organizado e que apoia internações compulsórias.
Propõe diminuir desigualdades na cidade de São Paulo por meio da geração de empregos. “Muito mais importante que a questão da desigualdade é a questão da pobreza, inaceitável em uma cidade como a nossa”, disse em agosto, argumentando que a desigualdade é inevitável no sistema capitalista, e que qualquer tentativa de “igualar o seu ponto final” resulta em miséria.
Marina Helena critica o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Segundo ela, o mandatário não é de direita e é ausente.
A deputada suplente foi excluída do debate da Band porque o Novo, seu partido, tinha apenas quatro parlamentares quando os participantes foram relacionados pela emissora, não chegando ao piso de representação no Congresso exigido pela legislação -o deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles se filiou à legenda depois.
Ela entrou com ação na Justiça tentando reverter a decisão da Band, sem sucesso, e organizou protesto na sede da emissora.
A candidata esteve presente no debate promovido pelo jornal O Estado de São Paulo, Terra e FAAP nesta quarta (14), onde buscou se firmar como candidata da direita.
Lá, criticou suposta infiltração da “ideologia de gênero” na Prefeitura, lembrou doação de empresário acusado de ligação com o PCC ao coordenador de campanha de Boulos, Antonio Donato (PT), e defendeu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal -a Folha de S.Paulo havia revelado no dia anterior que Moraes usou o Tribunal Superior Eleitoral fora do rito para investigar bolsonaristas no Supremo.
Durante o evento, disse também que ampliaria terceirização da gestão de escolas municipais, chamando escolas particulares para gerir unidades públicas, e defendeu menos impostos.
A candidata usa sua conta no Instagram, rede em que acumula 212 mil seguidores, para criticar adversários na corrida eleitoral da Prefeitura de São Paulo, o governo Lula e o ministro Fernando Haddad. Em vídeo gravado no Marçal Talks, programa de entrevistas apresentado pelo também candidato Pablo Marçal (PRTB), a deputada suplente diz que entrou na política “para acabar com os parasitas”.
Marina Helena é mãe de duas crianças, a mais nova delas nascida em março. Durante a pré-campanha, ainda grávida, ela postou uma foto com um fone de ouvido sobre a barriga enquanto um celular tocava o discurso do presidente argentino Javier Milei, conhecido por suas ideias ultraliberais, no Fundo Monetário Internacional.
Redação / Folhapress