NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta quarta-feira (15) que a transformação energética do Brasil será feita pelo governo e pela sociedade civil, mas principalmente pelo mercado.
Diante de uma plateia de políticos e empresários em Nova York (EUA), Durigan disse que o papel da pasta é facilitar os caminhos, citando a estruturação do mercado de carbono e a elaboração de uma taxonomia para evitar o chamado greenwashing investimentos que se passam por verdes, apesar de não serem.
O secretário da Fazenda ressaltou que o Brasil está fazendo emissão de títulos sustentáveis e “rolando a dívida como se tivesse grau de de investimento”, e que esse dinheiro está sendo usado para abastecer o fundo do clima. Os recursos são direcionados, segundo ele, para amortizar eventuais choques cambiais e financiar eletrificação da frota de veículos em cidades brasileiras e plantas de biogás.
Durigan disse, ainda, que a prioridade da Fazenda agora é garantir a eficiência do gasto no Brasil, considerando as limitações orçamentárias. Ele repetiu as críticas de seu chefe, o ministro Fernando Haddad, aos gastos tributários concessão de benefícios pelo governo que levam a perda de arrecadação.
O secretário culpou o antigo teto de gastos pelo aumento dos gastos tributários. Como a regra limitava o crescimento da despesa, mas não tratava de arrecadação, ela levou a um aumento da concessão desse tipo de benefício, disse, durante evento do Valor Econômico.
“O que a gente não quer é abrir uma fissura política na discussão de gasto. É preciso fazer corte, seguir revendo gastos tributários para dar atendimento à população. É preciso melhorar a cidadania no país”, afirmou.
Durigan também elencou as medidas adotadas pela Fazenda em resposta à tragédia no Rio Grande do Sul, como abertura de linhas de crédito no valor de R$ 50 bilhões, suspensão do pagamento da dívida pelo estado, que representaria algo como R$ 10 bilhões, e o novo anúncio pelo presidente Lula (PT) nesta quarta voltado aos desabrigados.
Ele disse que o governo vem agindo com cautela, diante das restrições fiscais, e buscando transparência.
FERNANDA PERRIN / Folhapress