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Ratinho Jr. atua para eleger sucessor em 2026, muda secretariado e abriga desafeto de Moro

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – De olho na corrida ao Planalto em 2026, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), atua também para eleger um aliado ao Palácio Iguaçu no próximo ano e faz mudanças no secretariado para abrir espaço a nomes dispostos a sucedê-lo.

A lista de interessados na vaga inclui ao menos cinco nomes de seu partido, e a escolha do candidato do grupo passa pelo governador. Até aqui, contudo, ele não antecipa preferências, ao mesmo tempo em que os mantém abrigados na máquina estadual.

Um dos pré-candidatos ao governo paranaense pelo PSD é Rafael Greca, que concluiu o segundo mandato consecutivo na Prefeitura de Curitiba em 2024 e acaba de ganhar o comando da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável.

Outro é Guto Silva (PSD), ex-deputado estadual e aliado próximo de Ratinho Junior que, desde o primeiro mandato, já integrava o primeiro escalão, mas agora comanda a pasta das Cidades, a mais disputada pelos interessados em concorrer ao governo estadual.

Outros dois pré-candidatos pelo PSD não foram atingidos pela reforma e seguem no primeiro escalão –os deputados federais Beto Preto e Sandro Alex, licenciados para os cargos de secretário da Saúde e de secretário da Infraestrutura e Logística, respectivamente.

O quinto nome do PSD é o do deputado estadual Alexandre Curi, que tomou posse neste ano como presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e é conhecido pelas votações expressivas para o Legislativo –está no sexto mandato— e pelo bom relacionamento com dezenas de prefeitos.

A reforma de Ratinho Junior, concluída no início deste mês, ainda tenta garantir futuros apoios, e representantes do União Brasil e do PP, por exemplo, seguem no primeiro escalão. Mas houve mudanças entre os titulares das pastas.

Reservada ao União Brasil, a Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda agora é comandada pelo deputado estadual Do Carmo (União Brasil), que vive às turras com o senador Sergio Moro, pré-candidato ao Governo do Paraná em 2026 pelo União Brasil e possível adversário do PSD na disputa futura.

A briga entre os dois correligionários começou na eleição do ano passado, quando Moro atuou para impedir que o deputado se lançasse candidato à Prefeitura de Maringá, alegando que havia “suspeitas graves” contra ele.

Moro se referia ao fato de o deputado ter sido acusado de exigir propina (crime de concussão) na época em que era policial militar.

Uma comissão disciplinar da PM concluiu, a partir de investigações e depoimentos, que o então sargento Do Carmo abordou uma motorista na rodovia PR-323, entre os municípios de Cianorte e Paiçandu, e exigiu R$ 40 mil para não interceptar outros dois veículos nos quais familiares dela estariam transportando mercadorias do Paraguai.

O episódio ocorreu em outubro de 2009 e, em junho de 2012, a comissão disciplinar concluiu que ele deveria ser exonerado dos quadros da PM –dias antes, contudo, ele próprio havia deixado o posto e, por isso, o caso foi arquivado. Em 2016, foi eleito vereador de Maringá, seu primeiro mandato eletivo.

A Folha questionou o novo secretário e também o governo paranaense sobre o caso. Em nota conjunta, responderam que “o processo administrativo que a reportagem cita foi arquivado” e que “o secretário foi policial militar durante 13 anos e nunca respondeu a processo perante a Justiça Militar”.

Na pasta do Trabalho, Do Carmo substituiu o deputado estadual Mauro Moraes (União Brasil), que tem afinidade com Moro.

Além disso, Ratinho Junior mantém ligações com a família Francischini, que está no comando do União Brasil no Paraná. Tania Marcia Francischini, que é mãe de Fernando Francischini, primeiro deputado cassado por espalhar desinformação, em 2021, segue com um cargo comissionado na Secretaria da Justiça e Cidadania.

Na reforma, a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços permanece com o PP, mas o titular também foi trocado. Saiu Ricardo Barros (PP), que voltou para o mandato na Câmara dos Deputados, e entrou Marco Brasil (PP), suplente de deputado federal, que entrou na política depois de ficar famoso como locutor de rodeios.

Ex-prefeitos desabrigados após o fim de seus mandatos em 2024 também foram contemplados na reforma. O ex-prefeito de Maringá Ulisses Maia assumiu a Secretaria do Planejamento, e Leonaldo Paranhos, de Cascavel, ficou com a pasta do Turismo.

No início do mês, o PSD de Ratinho Junior também consolidou uma aliança local com o PL de Jair Bolsonaro para 2026. O ex-mandatário e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, almoçaram com o governador no Palácio Iguaçu e reforçaram a ideia de apoiar o grupo de Ratinho Junior ao governo estadual.

Já a disputa presidencial foi tratada de forma lateral —o PL quer o nome de Bolsonaro, embora ele esteja inelegível. Já aliados de Ratinho Junior confirmam que o governador vai insistir na própria candidatura ao Planalto e aguarda decisão do PSD nacional.

Lideranças também ventilam a possibilidade de uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na qual Ratinho Junior figuraria como candidato a vice-presidente.

CATARINA SCORTECCI / Folhapress

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