Rebelião de mercenários cria rachaduras na Rússia, diz secretário dos EUA

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, afirmou neste domingo (25) que a rebelião de mercenários do grupo Wagner criou “rachaduras” na Rússia, e que há preocupação sobre risco nuclear.

Para o secretário, a ameaça dos mercenários ao poder de Putin é “chocante” e “cria rachaduras”. Falando sobre o que o motim significa, Blinken respondeu que “é chocante” e “que isso é interno, alguém questionando diretamente a autoridade de Putin, isso em si é algo muito poderoso, cria rachaduras. Para onde isso vai é muito cedo para dizer ainda, mas claramente levanta questões que Putin vai ter de lidar”, disse ele em entrevista à CNN Internacional.

A ameaça dos mercenários traz vantagem para a Ucrânia na guerra contra a Rússia. “Motim cria vantagem adicional para ucranianos, mas independentemente disso, eles [soldados de Volodymyr Zelensky] têm um plano claro e são resilientes”.

Instabilidade política cria preocupação sobre situação nuclear. “Sempre que há um país como a Rússia com sinais de instabilidade, é motivo de preocupação. Estamos focados nisso”, disse o secretário. “Em relação às armas nucleares, não vimos nenhuma mudança na postura deles e não fizemos nenhuma mudança em relação à nossa postura”.

ACORDO DE MERCENÁRIOS

Combatentes do grupo Wagner estavam deixando suas posições neste domingo, após o líder do grupo, Yevgeny Prigozhin aceitar um acordo para “evitar derramamento de sangue”. A trégua pôs fim à maior crise militar interna na Rússia desde que Putin chegou ao poder, em 1999.

Prigozhin deixou base militar ontem, rumo a Belarus. Ainda não há informações sobre a chegada dele.

Para especialistas, episódio demonstra fragilidade do governo de Putin. “O fato que os mercenários conseguiram avançar quase 800 quilômetros sem encontrar nenhuma resistência marca a fraqueza do poder russo, que foi um mito durante 20 anos”, disse o analista geopolítico Ulrich Bounat, pesquisador do Open Diplomacy Institute, à agência RFI.

Redação / Folhapress

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