SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ele é o maior vencedor da história da Fórmula 1, recordista em poles, pódios e tem sete títulos mundiais. Mas engana-se quem pensa que Lewis Hamilton não tem seus pontos fracos. E, recentemente, ele revelou qual sua maior falha, algo que ele tenta corrigir, mas que sua personalidade não permite.
“Sempre acontece comigo, é meu calcanhar de Aquiles. Eu sempre troco os pneus tarde demais quando há essa condição de troca de pneu de pista molhada para pneu de pista seca. Eu tenho feito isso desde que eu cheguei na F1.”
Tradicionalmente, os pilotos ingleses como Hamilton costumam ter bastante confiança neste tipo de cenário, muitas vezes sendo os primeiros a arriscar um pneu de pista seca quando a pista ainda está um pouco molhada. Talvez tenha a ver com as condições climáticas que eles encontraram nos seus primeiros anos de esporte, na Inglaterra, onde os chuviscos são comuns.
Inclusive, correndo ao seu lado, Hamilton teve bons exemplos: Jenson Button sempre se destacou nesse tipo de decisão, ganhando várias corridas justamente ao arriscar colocar pneus de pista seca antes dos demais. E seu companheiro atual, George Russell, também tem essa característica. A última vez que vimos isso foi na sprint do GP da Áustria, em que o inglês se deu bem com a aposta.
Já Hamilton reconhece que é conservador demais nesse tipo de situação e quer aproveitar essa temporada em que não está lutando pelo título para tentar mudar.
“Não gosto de arriscar muito. Prefiro continuar na pista e assumir as perdas. Mesmo quando custa muito caro em termos de performance, eu prefiro ficar na pista. Talvez neste ano eu possa arriscar um pouco mais. E, um dia, eu acerte.”
O piloto de 38 anos está finalizando seu novo contrato com a Mercedes e tem dito que ainda tem muita lenha para queimar. É bem verdade que ele mudou de ideia algumas vezes ao longo dos últimos anos: quando fechou seu contrato atual, que vai até o final de 2023, disse que seria seu último na F1, por exemplo.
Mas, no final de semana passado em Silverstone, ele disse que se vê “por pelo menos mais cinco anos” na categoria. Certamente terá tempo de pegar o gosto de arriscar nessa condição de pista secando.
Sobre as negociações, seu chefe Toto Wolff disse há duas semanas que a extensão do contrato e o valor estavam fechados. E agora só faltaria acertar outros detalhes, lembrando que a relação de Hamilton e a Mercedes se estende também a ações de promoção de diversidade na equipe. Também é importante estabelecer qual será a disponibilidade do piloto para a divulgação da marca, por exemplo.
Será interessante saber qual a duração do contrato. No início de maio, Hamilton deu a entender que pressionava a Mercedes por um compromisso mais longo, e segue falando em ficar por mais tempo na F1.
JULIANNE CERASOLI / Folhapress