SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Regina Duarte diz que foi rejeitada ao tentar voltar para os palcos após ter sido secretária da Cultura no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Tentei fazer teatro no ano passado, mas os dois textos que escolhi não foram aprovados pelos autores. Não quiseram se envolver comigo, por suas razões, que eu entendo perfeitamente”, disse ela, em entrevista ao site UOL. “Então, fiquei assim, meio no limbo, ano passado todo. E, no início deste ano, o anjo jogou umas folhas em cima de mim.”
Com dificuldade para voltar a atuar, ela resolveu apostar na arte botânica. Em outubro, inaugurou uma exposição sobre o tema em São Paulo. A artista elabora obras a partir de folhas, flores e cascas de troncos que ela encontrou em ruas e em parques da capital paulista.
Em 2020, ela encerrou um contrato de 50 anos com a TV Globo para assumir a Secretaria Especial de Cultura, onde ficou por menos de três meses, após um intenso processo de fritura e sob a promessa de que chefiaria a Cinemateca Brasileira, o que não ocorreu.
Na entrevista, a atriz afirma que o convite para assumir a pasta era irresistível embora soubesse pouco sobre política. “Foi assustador, mas me ajudou a crescer. Hoje, consigo proteger melhor a menina ingênua do interior que eu insisto em exercer”, diz a atriz. “Fui defenestrada, essa palavra me ocorreu agora há pouco, e não me arrependo. Pelo contrário, foi muito bom para mim.”
Nos últimos tempo, a atriz tem recebido críticas por disseminar notícias falsas e por declarações de teor homofóbico e transfóbico no Instagram, onde fez piada em relação à sigla LGBTQIA+.
Em uma publicação, ela escreveu que, independente de ser “LGBTQQICAPF2K+”, a pessoa “só tem duas opções” quando se fazem necessários cuidados médicos, identificando em seguida os elementos como “o ginecologista e o urologista”.
Já deletado, o post incluiu ainda uma arte que mostrava dois homens abraçados e uma terceira foto com uma ovelha. Na legenda, ela se indagava se sua publicação poderia “estar sendo desrespeitosa com ‘os-as todes’ do nosso Brasil”, respondendo em seguida que a intenção era “puramente científica”.
Redação / Folhapress