Regina Nunes diz que ficou triste com Marta e que não a cumprimentou nos debates

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A primeira-dama de São Paulo, Regina Nunes, afirmou que ficou chateada com a saída de Marta Suplicy da gestão Ricardo Nunes (MDB), que era secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, mas deixou o cargo para ser candidata a vice-prefeita na chapa de Guilherme Boulos (PSOL). Também disse que sua família sofreu durante a campanha e chamou Pablo Marçal de “171 nato”.

Em entrevista à rádio Jovem Pan na tarde desta terça (29), a primeira-dama disse que ficou triste com a saída da Marta porque considerava a ex-prefeita uma amiga.

“Ela era minha amiga. Era uma pessoa que eu admirava muito. Quando ela saiu do governo, fiquei muito chateada e mandei uma mensagem para ela. Pelo que eu entendi, ela não tinha alinhamento com a pessoa que estava nos apoiando, que foi [o ex-presidente Jair] Bolsonaro”, afirmou Regina, que em seguida ponderou. “Mas, não sei, sou um pouco leiga nesse sentido de política.”

Após a saída de Marta, Regina disse que elas pararam de se falar e, durante a campanha eleitoral, só a encontrou em debates.

“Eu não cumprimentava, quando vi que ela não estava do nosso lado, não tinha mais nada a dizer. Ela [Marta] não me atacou, mas estava ao lado de quem estava me atacando”, afirmou.

A primeira-dama também criticou Marçal por ter inflamado a disputa eleitoral em São Paulo e ironizou o fato de o ex-coach não ter passado ao segundo turno. Na sequência pediu desculpas ao apresentador, mas disse que “precisava falar isso” e chamou Marçal de “171 nato”.

Segundo Regina, suas próprias redes sociais eram inundadas por centenas de comentários de apoiadores de Marçal. “Eram 700, 800 pessoas por dia nas minhas contas me xingando, perguntando se eu estava apanhando muito, se estava roubando muito e se tinha arrumado o cabelo com dinheiro público”, contou a primeira-dama.

No primeiro turno, Marçal relembrou inúmeras vezes o boletim de ocorrência registrado em 2011 pela primeira-dama relatando violência doméstica, ameaça e injúria. O adversário também questionava Nunes sobre a máfia das creches, investigação da Polícia Federal que tem o emedebista como um dos citados.

Ela relembrou que, assim como Marçal, foi para Porto Alegre ajudar durante as enchentes. “O Pablo foi, fez merchandising, vídeo dele entrando e saindo da água. Eu fui para lá, trouxe 40 animais. Precisamos fazer, não é ficar aparecendo”, disse ela, que é defensora da causa animal.

Regina também disse que, em meio aos ataques de Marçal, chegou a sentir pena de adversários do marido na disputa, como José Luiz Datena (PSDB) e Guilherme Boulos. Mas emendou uma crítica ao psolista: “Não entendo como o Guilherme fez uma live com ele [Marçal] depois do laudo falso”, afirmou sobre documento apresentado pelo ex-coach para atacar Boulos, acusando-o de ser usuário de drogas.

Regina classifica o marido como um homem “low profile”, que prefere ir para a periferia e ouvir a população na rua do que aparecer em entrevistas. Disse que Nunes está cansado, emagreceu durante a campanha. Conta que sugeriu que eles tirassem alguns dias de folga, mas disse que o prefeito não quis.

Para ela, a campanha foi cansativa e mexeu com toda a família. “Em alguns debates até me trancaram num sala para que eu não tivesse acesso a outros candidatos”, disse a primeira-dama, que refuta a ideia de se candidatar como política.

“Sofri tanto sem ser candidata. Não tenho interesse, quero ajudar a causa animal nos bastidores. Acho muito complicado ser político no Brasil.”

ISABELLA MENON / Folhapress

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