Regular inteligência artificial é ‘imperativo’, diz Barroso

DAVOS, SUÍÇA (FOLHAPRESS) – O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu a regulação da inteligência artificial diante de seu potencial risco para a democracia.

Ele afirmou haver uma “necessidade imperativa de regulação” —a campanha eleitoral nos Estados Unidos, neste ano, pode servir de teste para a disseminação dos chamados “deep fakes”, que são falsificações de áudio e vídeo para atribuir frases e feitos a uma determinada pessoa.

“Tem muitos riscos da inteligência artificial. Um deles é esse. O seu impacto sobre as democracias. As potencialidades da desinformação e do deep fake. Porque a democracia é feita da participação esclarecida das pessoas”, declarou a jornalistas em Davos.

“Um mecanismo que possa massificar a desinformação pode produzir um impacto extremamente negativo sobre a liberdade das pessoas e sobre a democracia.”

Além dos painéis, o presidente do Supremo participaria, nesta quarta, de reuniões bilaterais com o CEO do YouTube, Neal Mohan, e o ex-premiê britânico Nick Clegg, hoje o presidente de assuntos globais da Meta, dona de WhatsApp, Facebook e Instagram. O assunto é desinformação —as plataformas são alvo de preocupação por seu papel na disseminação de conteúdo falso produzido por terceiros.

Barroso está em Davos para o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, do qual participa pela primeira vez, e do qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) se ausentaram. O Brasil é representado no evento pelos ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Nísia Trindade (Saúde), além do presidente do STF.

Barroso também comentou a visão que tem tentado transmitir da democracia do país aos estrangeiros. “Acho que o Brasil deu um exemplo para o mundo de superação das dificuldades. Do ponto de vista institucional populismo autoritário, preservando as instituições democráticas”, afirmou.

“Divergência e polarização sempre vão existir em todo o mundo. Mas o que eu acho que nós estamos, aos poucos, resgatando é a civilidade, a capacidade de as pessoas que pensam diferente poderem sentar-se à mesma mesa sem se agredirem, sem se insultarem, pensando nas melhores soluções.”

LUCIANA COELHO / Folhapress

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