BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) uniu integrantes de oposição, governo e até mesmo aliados em críticas à sua decisão de retirar a taxação dos importados do projeto do Mover (programa para descarbonização do setor automotivo).
Até a semana passada, caberia a Jaques Wagner, líder do governo no Senado, relatar o texto. Jaques cedeu a relatoria, porém, a pedido do próprio Cunha. O acordo, dizem aliados do líder, era para que o senador mantivesse o texto como foi enviado pela Câmara.
Cunha justificou a retirada do trecho do projeto do Mover por não ter relação com o tema do programa. A votação da proposta foi adiada para esta quarta (4) diante das desavenças.
Nesta terça (4), às vésperas de anunciar que retiraria do projeto a taxação e outro trecho ligado à exploração de petróleo, Cunha passou a ser procurado por senadores, mas não atendeu. Tentaram falar com o senador parlamentares como o próprio Wagner e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O projeto é do interesse do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Nesta terça, Lira afirmou que se o projeto retornar à Câmara, será derrubado.
Aliados do presidente da Câmara chegaram a aventar que Cunha teria alterado um texto para atingir Lira em Alagoas. Cunha pode ser o candidato a vice na chapa encabeçada pelo prefeito JHC em Maceió. Lira, porém, tentava emplacar um outro nome. O senador, porém, nega que sua decisão tenha qualquer relação com a disputa local.
JULIA CHAIB E JOÃO GABRIEL / Folhapress