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Relembre acidentes aéreos com um único sobrevivente

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O britânico de origem indiana Vishwash Kumar Ramesh, 40, foi apontado como o único sobrevivente da tragédia aérea com um Boeing 787-8 Dreamliner que matou, nesta quinta-feira (12), mais de 240 pessoas na Índia. O avião caiu numa área residencial e explodiu segundos após decolar na cidade de Ahmedabad.

Segundo a polícia, Ramesh estava sentado próximo a uma saída de emergência e conseguiu pular para fora da aeronave. Não foram divulgados, porém, detalhes sobre como ele sobreviveu à queda e também à enorme bola de fogo que a sucedeu.

“Quando me levantei, havia corpos ao meu redor. Fiquei com medo. Levantei-me e corri. Havia pedaços do avião ao meu redor. Alguém me agarrou, me colocou em uma ambulância e me levou para o hospital”, disse ele ao jornal indiano Hindustan Times.

Relembre a seguir outros acidentes aéreos em que apenas uma única pessoa sobreviveu.

1971 – Juliane Koepcke, única sobrevivente de acidente no Peru com 91 mortos

A germano-peruana Juliane Koepcke tinha 17 anos quando embarcou com a mãe no voo 508 da companhia aérea peruana Lansa, em 24 de dezembro de 1971, no Peru. O avião, um Lockheed Electra, foi atingido por um raio durante uma tempestade sobre a floresta amazônica e se despedaçou no ar.

“Tudo aconteceu muito, muito rapidamente. O avião deu um salto e começou a cair. E eu me lembro até hoje das pessoas gritando desesperadamente. Estava escuro como breu ao nosso redor, e eu ouvia o rugido dos motores do avião em queda livre”, disse ela ao programa Outlook da rede britânica BBC, em 2012. “Foi um barulho que encheu minha cabeça completamente. E então, de um momento para o outro, tudo isso acabou, tudo isso parou. E eu estava fora do avião.”

Koepcke, presa ao assento, despencou de cerca de 3 mil metros. Ela sofreu vários ferimentos, incluindo uma clavícula quebrada, um ligamento do joelho rompido e cortes profundos.

A sobrevivente ainda ficou 11 dias na floresta densa, a maior parte deles sozinha e sem óculos, que ela perdeu na queda. Koepcke conta ter caminhado próximo de um riacho, alimentando-se apenas das balas e doces que encontrara em um saco plástico perto de onde tinha caído. Os produtos duraram quatro dias.

Enquanto estava na selva, sofreu picadas de insetos e teve de lidar com o braço ferido infectado por larvas. Enfraquecida, foi encontrada por lenhadores que a levaram a um vilarejo, de onde conseguiu ajuda.

Koepcke foi a única sobrevivente do voo com 92 pessoas. Mais tarde, ela se tornou bióloga e, em 2011, escreveu um livro sobre sua experiência chamado “When I Fell from the Sky” (“Quando Caí do Céu”).

1973 – Ricardo Trajano, único passageiro sobrevivente de acidente na França com 123 mortos

O brasileiro Ricardo Trajano foi o único passageiro que sobreviveu ao acidente nos arredores de Paris, em 11 de julho de 1973. O Boeing 707 da Varig, que decolou do Rio de Janeiro rumo a Londres, teve um incêndio, iniciado em um dos banheiros do fundo, durante a descida para Paris, onde faria escala.

A fumaça tóxica se espalhou rapidamente pela cabine, e muitos passageiros sofreram intoxicação por monóxido de carbono antes mesmo da tentativa de pouso de emergência.

À rede britânica BBC Trajano afirma que sobreviveu porque desobedeceu às instruções dadas pelos comissários de bordo. Ao perceber que havia fogo e fumaça, ele desafivelou o cinto e caminhou para uma área na parte da frente do avião, mais distante do incêndio.

“Eu podia ter voltado [ao assento no fundo da aeronave]. E se eu não tivesse feito essa transgressão, eu provavelmente não estaria aqui hoje”, disse ele ao programa Witness, da rede BBC, em 2018. Além dele, dez tripulantes sobreviveram.

1987 – Cecelia Cichan, única sobrevivente de acidente nos EUA com 156 mortos (incluindo dois em solo)

A americana Cecelia Cichan tinha apenas quatro anos quando sobreviveu ao desastre do voo Northwest Airlines 255, em 16 de agosto de 1987, nos Estados Unidos. O avião, um McDonnell Douglas MD-82, caiu logo após decolar do aeroporto de Detroit, matando 154 pessoas a bordo e duas em solo. Entre os mortos estavam os pais e um irmão de Cecelia. Ela foi a única sobrevivente.

A menina passou por quatro cirurgias de enxerto de pele para tratar queimaduras graves nos braços e pernas. Ela também sofreu uma fratura no crânio e teve clavícula e perna fraturadas no acidente.

Cichan foi encontrada sob escombros, e muitos acreditam que ela foi protegida pela mãe durante a queda. O resgate causou comoção em todo o mundo, mas ela manteve discrição ao longo da vida e só falou de forma pública sobre o acidente, pela primeira vez, em 2012. “Penso no acidente todos os dias. É difícil não pensar quando eu olho no espelho. Tenho cicatrizes visíveis”, disse à época.

2009 – Bahia Bakari, única sobrevivente de acidente no Índico com 152 mortos

Apelidada de “a garota milagrosa”, a francesa Bahia Bakari tinha 12 anos quando se tornou a única sobrevivente do voo Yemenia 626, que caiu no oceano Índico em 30 de junho de 2009, próximo das ilhas Comores. O Airbus A310 vinha de Sana, no Iêmen, rumo à capital comoriana, Moroni, quando sofreu uma falha durante a aproximação ao aeroporto e caiu no mar com 153 pessoas a bordo.

Bakari, que não sabia nadar e estava sem colete salva-vidas, foi lançada para fora da aeronave e conseguiu se agarrar a destroços do avião. Ela ficou à deriva por cerca de 13 horas no mar agitado, ferida, até ser avistada por um barco de resgate. Foi levada ao hospital com múltiplos hematomas, queimaduras, fraturas e ferimentos no rosto. Sua mãe morreu no acidente.

Em 2010, Bahia lançou um livro com ajuda de memórias chamado “Moi Bahia, la miraculée” (“Sou Bahia, a milagrosa”, na tradução livre) com a coautoria de um jornalista.

2011 – Alexandr Sizov, único sobrevivente de acidente na Rússia com 44 mortos

Alexandr Sizov foi o único sobrevivente do acidente aéreo que matou quase toda a equipe de hóquei no gelo Lokomotiv Yaroslavl, da Rússia, em 7 de setembro de 2011. O avião, um Yakovlev Yak-42, caiu logo após decolar do aeroporto de Yaroslavl, a caminho da Belarus, onde o time disputaria uma partida da Liga Continental de Hóquei. Das 45 pessoas a bordo, incluindo jogadores, técnicos e tripulantes, 44 morreram.

Sizov, então com 52 anos, era engenheiro de voo e estava a trabalho na aeronave -no momento do acidente, estava na cabine de passageiros. Ele sobreviveu com vários ferimentos, incluindo múltiplas fraturas e queimaduras, e passou semanas internado em estado grave.

Redação / Folhapress

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