SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ney Latorraca, morto nesta quinta-feira (26), deixou um legado com mais de 50 trabalhos na televisão, incluindo séries, programas e novelas. Dois personagens, em especial, marcaram sua carreira: Barbosa, do humorístico TV Pirata, da Rede Globo, que satirizava a sociedade brasileira e as novelas, e o Conde Vlad, da novela “Vamp”, de 1991.
Relembre detalhes sobre cada um deles.
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BARBOSA
Ney Latorraca foi uma das grandes estrelas de TV Pirata, e Barbosa foi um dos personagens mais marcantes do humorístico, onde o ator demonstrou toda sua versatilidade. Conhecido como “o velho que contava histórias”, Barbosa era um senhor que narrava acontecimentos de forma longa e confusa, com desfechos que tomavam proporções inimagináveis. Suas histórias sempre terminavam com a frase que se tornou seu bordão: “E morreu ”.
O personagem era um homem educado e cheio de classe, mas sua peculiaridade estava no fato de falar obscenidades sem perceber, o que gerava situações constrangedoras e hilárias que divertiam o público.
Para interpretar Barbosa, Ney adotava uma postura arqueada, usava uma peruca branca, óculos e selava o rosto com pó claro, além de vestir roupas sociais e uma barriga falsa que completava o visual.
CONDE VLAD
Ney também deu vida a Conde Vlad na novela “Vamp” (1991), escrita por Antônio Calmon. Conhecido como “Vampirão”, o personagem era o grande vilão da história, determinado a dominar o mundo e expandir seu exército de vampiros.
A novela foi um marco ao misturar humor, fantasia e cultura pop, trazendo personagens caricatos e explorando clichês do gênero de forma leve e divertida.
Conde Vlad tinha conexão com a protagonista Natasha, interpretada por Cláudia Ohana. Natasha era uma roqueira que havia vendido sua alma ao vampiro para alcançar a fama, mas lutava para se libertar da influência do vilão.
Vlad era carismático e debochado, e Ney Latorraca conseguiu equilibrar humor e maldade em sua interpretação, conquistando o público.
O estilo de Vlad era teatral e exagerado, usava roupas elegantes, a clássica capa de vampiro, maquiagem pálida e dentes que apareciam de forma ameaçadora em momentos de raiva. Sua risada maligna tornou-se uma marca registrada do personagem. Em momentos de exaltação e quando queria demonstrar supérioridade, repetia a frase “Eu sou imortal!”, que virou uma espécie de bordão.
Com a interpretação, Vlad se tornou um dos vilões mais queridos da televisão brasileira, graças à habilidade de Ney Latorraca em equilibrar elementos de terror e comédia com maestria.
Redação / Folhapress