SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Durante o primeiro ano de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi pessoalmente a três locais no país atingidos por visitas em pessoa a áreas atingidas por desastres. Foram ao menos seis ocasiões em que o mandatário, em seu terceiro governo, visitou ou determinou a ida do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), a esses locais.
Nesta quinta-feira (2), o presidente chegou ao Rio Grande do Sul acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e de ministros. A comitiva foi recebida pelo governador Eduardo Leite (PSDB), em meio a chuvas históricas que atingem o estado desde a última segunda (29) e deixaram dezenas de mortos. Foram, portanto, três dias entre o início das tempestades e a visita presidencial.
Visitas dos mandatários costumam ser acompanhadas de promessas e acontecem alguns dias depois de desastres que ganham proporção em estragos e repercussão. Relembre visitas de Lula no primeiro ano do terceiro mandato e também de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Primeiro ano de Lula
8 de janeiro
A primeira visita de Lula a um local atingido por desastres foi nos primeiros dias do mandato e na mesma data dos ataques golpistas de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O petista foi a Araraquara, no interior de São Paulo, para avaliar danos causados por chuvas iniciadas em 29 de dezembro do ano anterior.
Na ocasião, o presidente voltou a Brasília no mesmo dia e declarou intervenção federal na segurança do Distrito Federal até o fim de janeiro daquele ano. Em fevereiro, segundo o governo, foram liberados R$ 35 milhões para obras de drenagem urbana na cidade do interior paulista.
Fevereiro de 2023
Lula visitou São Sebastião em 20 de fevereiro, dois dias após o início das chuvas que devastaram parte da cidade, no litoral norte paulista, e deixaram 64 mortos, com mais uma vítima em Ubatuba. Dias depois, o ministro Márcio França, que comandava a pasta de Portos e Aeroportos, anunciou R$ 2 milhões para mantimentos. Em 25 de fevereiro, Alckmin também foi à região e sugeriu o uso de 1.500 apartamentos prontos para as pessoas atingidas pela tragédia.
Abril de 2023
O presidente visitou municípios do Maranhão afetados pelas enchentes na região de Trizidela do Vale, a 280 quilômetros de São Luís. Após o sobrevoo, estiveram em um abrigo no município de Bacabal. O governo do Maranhão decretou situação de emergência em 25 de março, e a visita de Lula aconteceu em 9 de abril.
Governo Bolsonaro
Um dia depois do rompimento da barragem de rejeitos de Brumadinho (MG) em 25 de janeiro de 2019, Bolsonaro sobrevoou a região no dia seguinte e prometeu ajuda. Três dias depois, a gestão afirmou que ia liberar R$ 800 milhões para obras emergenciais.
Um ano depois, em janeiro de 2020, o então presidente sobrevoou cidades na região metropolitana de Belo Horizonte atingidas por chuvas que deixaram ao menos 58 mortos. Os temporais começaram em 24 de janeiro, e o presidente ainda recebeu artistas e cantou música sertaneja antes de ir para a região. O voo foi seis dias depois, no penúltimo dia do mês.
Na ocasião, o então presidente anunciou a liberação de R$ 892 milhões para ajudar os três estados da região Sudeste atingidos pelas chuvas em janeiro daquele ano: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Após a passagem de um ciclone em 30 de junho, que deixou mortes em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, Bolsonaro sobrevoou a região em 4 de julho, e colocou o governo à disposição para auxiliar nos reparos. Na ocasião não foram anunciados valores.
No fim de 2021, em 27 de dezembro, Bolsonaro, de férias em Santa Catarina, chegou a dizer “espero não ter que retornar antes” ao falar sobre uma chuvas na Bahia que deixaram 20 mortos, milhares de desabrigados e destruíram estoques de vacina contra a Covid-19 e medicamentos. Após críticas, o governo liberou R$ 700 milhões em ajuda para diferentes estados atingidos pelos temporais.
Já em 2022, o presidente visitou o Recife em 30 de maio, três dias após chuvas que deixariam 106 mortos até o fim daquele mês. Na ocasião, ele criticou o então governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), por não tê-lo procurado para discutir ações contra as fortes chuvas na capital do estado e parte do interior.
Redação / Folhapress