SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O relógio G-Shock, que voltou a ganhar popularidade entre os brasileiros nos últimos anos, terá um modelo de ouro de 18 quilates sendo leiloado para comemorar os 40 anos de seu lançamento.
Chamado de “relógio indestrutível”, o G-Shock de ouro receberá lances virtuais a partir deste sábado (9) e o vencedor será definido no domingo (10), em evento em Nova York. Os lances poderão ser dados neste link, de acordo com a Casio, fabricante do acessório. A previsão de entrega é para o primeiro trimestre de 2024.
A estimativa é que o leilão atinja entre US$ 70 mil e US$ 140 mil, segundo o site que receberá os lances. A Casio informou que apenas um relógio foi fabricado e será leiloado, sendo que 100% dos lucros obtidos serão doados para organizações voltadas à proteção e conservação do meio ambiente.
O modelo G-D001 foi polido à mão, passou por etapas de corte e prensagem, antes de receber polimento especial em cada parte do aparelho como a moldura de cima, a parte central, o fundo, os botões e o fecho.
Segundo a Casio, o relógio foi exibido em Londres, Genebra, Singapura e Nova York. Há cinco anos, a empresa também lançou outro modelo, o G-5000, feito de ouro para marcar os 35 anos do G-Shock.
“(O G-D001) é uma combinação singular de tecnologia e sofisticação, incorporando pedras preciosas e ouro”, afirmou o engenheiro Kikuo Ibe, responsável pelo desenvolvimento do primeiro G-Shock em 1983, e que visitou o Brasil em julho.
De acordo com a fabricante, o G-D001 é resistente a choques e a até 200 m de profundidade na água, tendo sido elaborado com a ajuda de inteligência artificial. O aparelho tem rodas de silicone e peças de rubi para que os ponteiros girem adequadamente, além de uma célula solar, que permite que a luz entre por um espaço pequeno e ajude a mostrar a data.
SAIBA MAIS SOBRE O G-SHOCK
Desenvolvido pela Casio há 40 anos com o objetivo de ser um relógio indestrutível, o G-Shock ficou famoso nos anos 1980 e, mais recentemente, passou a ser buscado por jovens brasileiros que querem seguir a moda da vez. O modelo aparece em letras de rap, hits da cantora Shakira e patrocina a skatista olímpica Pamela Rosa.
No TikTok, os vídeos mais virais mostram a versão vintage do relógio, com pulseira de aço inoxidável e visor digital. Os donos exaltam como o acessório brilha.
Kikuo Ibe credita o bom crescimento às ações da empresa para promover o aniversário de quatro décadas do produto. Em entrevista à Folha de S.Paulo em julho deste ano, ele disse ter ficado incrédulo ao ouvir que, no Brasil, o acessório não é famoso por ser “indestrutível”, como acontece no Japão.
O modelo está no livro dos recordes desde 2017 como o relógio de pulso com mais resistência a impacto, sobrevivendo inclusive ao atropelamento de um caminhão de 24,9 toneladas.
No Brasil, o relógio inspira versos musicais do rapper BK, que acumula 3,6 milhões de ouvintes mensais no Spotify. “Eu não sou mais aquele moleque/ Troquei o G-Shock pelo Rolex”, diz a letra de “Carta Aberta”. O músico, no entanto, aparece com frequência em fotos com relógios da Casio no pulso.
O rapper Nill, 30, também é um dos adeptos. Ele relata que gosta do relógio desde a sexta ou sétima série do ensino fundamental o equivalente aos atuais sétimos e oitavos anos. “Gostava porque é um relógio grande e tinha cores diferentes”, afirma.
Nill diz que antes de ganhar projeção usava apenas as réplicas do G-Shock. O relógio original custa a partir de R$ 350 é possível encontrar versões falsas por R$ 100, até menos. O cantor afirma que as cópias também eram resistentes a tombos, embora perdessem tinta e brilho com o tempo.
O trapper Nill também faz parte de outro nicho entusiasta do relógio da Casio: os skatistas. A marca patrocina a atleta olímpica de skate Pamela Rosa, bicampeã mundial da categoria street em que os competidores executam manobras numa pista com rampas, corrimões e desníveis.
A Casio não divulga quantos relógios vende por ano, mas diz ter fabricado mais de 140 milhões do G-Shock desde 1983. Segundo a companhia, o modelo representa 60% das vendas da categoria.
FERNANDO NARAZAKI / Folhapress