Renata Gaspar comemora visibilidade lésbica em ‘Terra e Paixão’

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Conhecida do público por sua carreira no humor, Renata Gaspar, 37, vive atualmente a dona de transportadora Mara de “Terra e Paixão”. A personagem na trama de Walcyr Carrasco é o seu segundo trabalho na teledramaturgia da Globo. O desejo de migrar da comédia para o drama já era antigo e, em 2021, o convite veio a reboque do fim do departamento humor da emissora.

Renata interpretou a manicure Stephany, vítima de feminicídio, em “Um Lugar ao Sol”, de Lícia Manzo. Ela agora se empolga ao descrever Mara. “É uma mulher muito determinada e provedora da família. Só que ela foi enganada pelo ex-marido, está tentando se erguer e, no meio dessa reconstrução de vida, desse turbilhão de emoções, se envolve com a Menah [papel de Camilla Damião]”, conta.

Fora da ficção, Renata mantém um relacionamento de 5 anos com empresária Bebel Luz. “Muito tempo, né? Mas, apaixonadíssimas”, comenta ela, antes de completar que depois de muito tempo decidiu ser mãe. “Nunca quis. Tinha isso na minha cabeça, mas de um tempo pra cá, o pensamento mudou e agora quero ter um filho. Não é para amanhã ou depois (risos). Para daqui a uns dois, três anos talvez. Não sei ainda se vai ser gerado ou adotado”, diz.

A atriz comemora a representatividade da comunidade LGBTQIA+ em uma novela do horário nobre, forte pilar da cultura brasileira. Ela também fala sobre a mudança de como o público enxerga o papel da mulher lésbica nas novelas atuais. “Mulheres que ficavam com outras eram retratadas muitas vezes de uma forma repulsiva, no lugar pejorativo. O movimento é naturalizar duas pessoas que se gostam e querem ficar juntas.”

Antes de ir parar na dramaturgia da emissora, Renata foi um dos principais nomes do elenco dos sucessos Tá No Ar: A TV Na TV e Fora de Hora, atrações criados pelo núcleo de humor da Globo, então comandado por Marcius Melhem. Ela confirma ter sido próxima do ex-chefe por um bom tempo, mas diz ter se afastado depois que as acusações de assédios morais e sexuais feitas por colegas se tornaram públicas.

“Me dava bem com ele e fiquei extremamente surpresa quando toda a bomba estourou. Havia muitas histórias ali que juro não sabia”, explica a atriz. Apesar de ter evitado se envolver muito na questão, ao menos publicamente, ela afirma que não deixou de apoiar as vítimas. “Procurei as meninas, sim, para conversar -e aí a ficha caiu. Percebi que algumas situações me trouxeram certo incômodo na época”, lamenta.

Renata diz que acredita na Justiça para colocar um ponto final na história e exalta a coragem das mulheres que têm coragem de denunciar assediadores. “Antigamente, [assédio] não tinha nem nome e ninguém sabia que era um crime. Muito menos a possibilidade de denunciar. Não é bobeira, não é uma coisa da sua cabeça e não é preciso se sentir culpada. Tem que denunciar mesmo”, avalia.

ANA CORA LIMA / Folhapress

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