CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Entre as 1.470 pessoas que já passaram por algum curso do RenovaBR e optaram por disputar eleições para prefeituras ou câmaras de vereadores, 362 (25%) conseguiram se eleger no último domingo (6), segundo levantamento do próprio grupo, que foi criado em 2017 e se apresenta como uma escola de formação política.
Entre esses, 42 foram eleitos para a cadeira de prefeito, 24 de vice-prefeito e 296 de vereador. Do total, são 267 homens e 95 mulheres.
O Renova aponta que, do total de 1.470 candidatos, pouco menos de 20% já estavam na política, ou seja, já ocupavam ou tinham ocupado algum cargo eletivo em algum momento.
Já entre os eleitos no domingo, a maioria (55%) é de gente que passou pela experiência do mandato eletivo. Entre os demais, 163 (45% do total) conquistaram o primeiro mandato, incluindo 72 (20%) que se candidataram pela primeira vez.
Na avaliação do fundador do RenovaBr, o empresário Eduardo Mufarej, o número de eleitos superou a expectativa. Ele afirma que não havia uma meta a ser cumprida, mas que o Renova trabalhava com algumas referências de anos anteriores, considerando a proporção entre total de alunos que eram candidatos e o número de vitoriosos.
Segundo ele, historicamente, a proporção girou em torno de 15%, contra quase 25% revelado nas urnas deste domingo. Em 2020, por exemplo, foram 1.069 alunos que participaram das eleições, com 153 eleitos (14,31%).
O conteúdo dos cursos do Renova está dividido em três eixos, explica o fundador: desenvolvimento individual, políticas públicas, e, por fim, comunicação política, tema que se aproxima da campanha eleitoral.
Entre os ex-alunos vitoriosos nas urnas, o Renova destaca nomes de prefeitos reeleitos com expressivas votações em cidades do estado de São Paulo. Em Osasco, Gerson Pessoa (Pode) obteve 75,3% dos votos; em São Vicente, Kayo Amado (Podemos) conseguiu 87,6%; em Itaquaquecetuba, Delegado Eduardo Boigues (PL) fez 91,7%.
Na Câmara de Vereadores da capital do estado, seis eleitos passaram pelo curso, de acordo com o Renova: Amanda Vettorazzo e Rubinho Nunes, ambos filiados ao União Brasil, Marina Bragante (Rede), Keit Lima (Psol), Renata Falzoni (PSB) e Cris Monteiro (Novo).
Segundo o Renova, os 362 eleitos se distribuem em 24 partidos diferentes e concorreram em 22 estados. “A gente tem presença em partidos de diferentes espectros ideológicos e apostamos nesta pluralidade. O curso está focado no indivíduo que quer seguir esta trajetória política e se sente desamparado, sem muita clareza sobre como perseguir os seus objetivos”, afirma o fundador.
Com o resultado deste domingo, o Renova também deve lançar nos próximos dias um curso de cinco dias voltado ao grupo de 362 eleitos. “É um curso de formação de mandato. As competências e habilidades que você precisa para ter sucesso numa eleição são muito diferentes das competências e habilidades que você precisa ter para ser uma boa liderança e um bom representante”, diz ele.
Já o curso tradicional do Renova de formação política acontece todos os anos, mas as inscrições para o de 2025 ainda serão abertas. Segundo Mufarej, costuma haver dez inscritos por vaga e, por isso, é feita uma seleção.
“O primeiro critério é ser uma pessoa que respeita o contraditório na democracia, que tem abertura ao diálogo. Vou dar dois exemplos: se a pessoa acha que a Venezuela é um regime democrático, provavelmente o Renova não é um lugar para ela. Da mesma forma, se a pessoa acha que a intervenção militar é a solução para resolver os problemas do Brasil, o Renova também não é o lugar para ela”, afirma.
CATARINA SCORTECCI / Folhapress