Republicanos elegem John Thune para liderar partido de Trump no Senado

WASHINGTON, EUA E SÃO PAULO, SP(FOLHAPRESS) – Os republicanos elegeram nesta quarta-feira (13) o senador John Thune, da Dakota do Sul, para substituir Mitch McConnell como o líder da maioria, que será comandada pelo partido de Donald Trump no Senado.

Três nomes estavam no páreo, cuja votação foi sigilosa. Além de Thune, disputavam o cargo John Cornyn, do Texas, e Rick Scott, da Flórida —o último, autointitulado candidato de Trump e alinhado ao Maga (sigla em inglês para “faça a América grandiosa novamente”, slogan da campanha republicana), saiu na primeira rodada da votação a portas fechadas, segundo a imprensa americana.

“Estou extremamente honrado por ter conquistado o apoio dos meus colegas para liderar o Senado no 119º Congresso, e estou mais do que orgulhoso do trabalho que fizemos para garantir nossa maioria e a Casa Branca”, afirmou Thune, em um comunicado, após ser eleito. “Esta equipe republicana está unida em torno da agenda do presidente Trump.”

A nota repete o tom de um artigo publicado pelo político na Fox News na última segunda-feira (11). Nele, Thune afirma que a prioridade do Congresso deve ser “limpar a bagunça” deixada pela gestão anterior, “claramente rejeitada pelo povo americano”, e garantir que Trump tenha “as ferramentas necessárias para fazer cumprir as leis de segurança na fronteira”.

“Se não cumprirmos as prioridades de Trump, perderemos apoio. A população confiou em nós seus votos. Agora temos que arregaçar as mangas e começar a trabalhar”, continuou, em um claro aceno ao presidente eleito após criticá-lo pela invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021.

Nos últimos dias, fissuras no partido ficaram mais evidentes à medida que a votação se aproximava. Aliados de Trump o pressionaram para se posicionar em relação à disputa, segundo noticiou a imprensa americana, enquanto políticos próximos a Thune pediam distanciamento do presidente eleito.

Por fim, Trump parece ter seguido o conselho do segundo grupo —uma postura surpreendente tendo em vista o poder que o republicano acumulou no partido nos últimos anos, sua acachapante vitória contra Kamala Harris e o nível de fidelidade que ele costuma exigir de aliados.

Mesmo sem interferir na corrida, Trump impôs uma condição a qualquer um que fosse eleito —driblar uma regra do Senado segundo a qual nomeações precisam ser aprovadas pela Casa mesmo durante o recesso, uma forma de limitar o poder de indicação do presidente.

“Qualquer senador republicano buscando a cobiçada posição de liderança no Senado dos EUA deve concordar com as Nomeações de Recesso, sem as quais não seremos capazes de confirmar as pessoas em tempo hábil”, escreveu Trump nas redes sociais. “Precisamos preencher os cargos imediatamente!”

Os três candidatos concordaram rapidamente com a exigência.

Nesse sentido, a liderança de Thune deve ser diferente da de McConnell, que costumava impor suas demandas habilmente entre seus pares —líder mais duradouro do partido no Senado, ele comandou a sigla na Casa por 18 anos.

Quando McConnell foi escolhido pela primeira vez para essa posição, em 2006, ainda faltavam dois anos para Barack Obama ser eleito. Desde então, o senador variou entre líder da maioria e da minoria, a depender do desempenho de sua sigla —no pleito de 2020, os americanos devolveram o controle da Casa aos democratas.

Agora, o Partido Republicano volta a ser maioria. Do total de 100 cadeiras do Senado, os republicanos garantiram 53, o que representa uma maioria apertada, mas suficiente para aprovar projetos que exigem maioria simples.

O número não é suficiente, no entanto, para impedir que os democratas usem o chamado filibuster, mecanismo que a minoria pode usar para obstruir votações. A única forma de superá-lo é com 60 votos, algo que os republicanos não têm.

Ainda assim, a aprovação de juízes para a Suprema Corte americana e outras nomeações, que só requerem maioria simples, passarão sem maiores dificuldades. Além disso, em casos de empate, Trump ainda pode contar com o voto do vice-presidente eleito J.D. Vance, que também atua como presidente do Senado.

JULIA CHAIB E DANIELA ARCANJO / Folhapress

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