SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A coalizão que governa o Japão perdeu a maioria no Parlamento depois de registrar o pior resultado eleitoral desde 2009, segundo os resultados oficiais divulgados nesta terça-feira (29), que deixam o país em um cenário de incerteza política.
O PLD (Partido Liberal Democrático), do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, e seu aliado minoritário Komeito conquistaram 215 cadeiras no Parlamento nas eleições de domingo, abaixo das 233 necessárias para a maioria parlamentar.
A imprensa japonesa afirmou que Ishiba articula possíveis aproximações com outros partidos para seguir à frente do governo.
O primeiro-ministro disse na segunda (28) que não renunciaria e que poderia liderar um governo de minoria sem considerar a ampliação da coalizão.
Se deixar o cargo, Ishiba se tornará o primeiro-ministro mais efêmero do pós-guerra -ele assumiu como líder do PLD em 1º de outubro e imediatamente convocou eleições. O atual recorde é de Naruhiko Higashikuni, que esteve 54 dias no cargo em 1945, logo após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
“Estamos recebendo um julgamento severo”, disse Ishiba no domingo, após o fechamento das urnas. Para ele, o povo japonês “expressou seu forte desejo de que o PLD reflita e se torne um partido que aja de acordo com o desejo do povo”.
O PLD, que comanda o Japão de forma quase ininterrupta desde 1955, foi abalado por um escândalo interno de contas de campanha que culminou com a saída do antecessor de Ishiba, Fumio Kishida.
Segundo o diário Yomiuri Shimbun, o chefe de governo pode estabelecer uma aliança com o PDP (Partido Democrático do Povo), que conquistou 28 cadeiras, o suficiente para dar a maioria a Ishiba no Parlamento, de 465 deputados.
De acordo com o jornal, Ishiba cogita solicitar o apoio do PDP quando o Parlamento votar a sua continuidade à frente do governo, o que pode acontecer no dia 11 de novembro.
Durante a campanha, o premiê falou em construir “um novo Japão”, revitalizar as regiões rurais e combater o declínio populacional do país por meio de medidas voltadas para as famílias, como promover o trabalho flexível.
Redação / Folhapress