LONDRES, INGLATERRA (UOL/FOLHAPRESS) – Richarlison explicou e defendeu a polêmica declaração de junho de 2023: ‘A 9 é minha, não tem o que ficar escolhendo’.
De volta à seleção com Dorival Júnior, Richarlison disse que foi visto como arrogante pela forte entrevista há nove meses.
Ele não se arrepende, mas admite que usou palavras mais duras para defender seu trabalho na seleção depois de todo o ciclo com Tite.
Agora, porém, o Pombo não pede mais a camisa 9.
“Falei isso pois sei do meu potencial. Sei o que é vestir a camisa da seleção. Nunca deixei de sonhar. Foi um período de dificuldade, mas não me deixei abalar. Sabia do meu momento no clube e na seleção. Trabalhei sempre calado recebendo as críticas. Deu tudo certo na cirurgia, voltei até antes do esperado. Trabalhei firme e colhi os frutos. Sou um cara trabalhador. Dou minha vida pela camisa, sei o que é vestir a camisa da seleção, o peso que carrego. Na minha última coletiva você perguntou da camisa 9. Muitas pessoas viram arrogância em mim, mas não fui na maldade. Sabia que eu era um dos artilheiros do ciclo, eu e Neymar. Não vivia grande momento, minha fala pode ter sido pesada pelo momento. Pesou para mim, as pessoas acharam um pouco arrogante também. Faz parte do futebol. nesta terça-feira (19) estou de volta, espero fazer o melhor possível. Muito bom estar no começo de ciclo com o Dorival. Espero ajudar ele e toda a seleção. Não me arrependo de nada. Quando fui para as Olimpíadas, pedi a 10, dei conta do recado e ninguém falou nada. Joguei com a 21, 7, jogo com qualquer uma. Não me interessa a camisa, o que importa é honrar a seleção sempre”, disse o jogador.
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ENTREVISTA COMPLETA DE RICHARLISON
Parte física
“Passei por uns meses de dificuldade, com dores no púbis. O pessoal aqui da seleção viu que eu mal conseguia chutar. Fiz a operação, os dois lados do púbis, e me sinto 100%. Voltei voando na Premier League. Meses atrás falei para o João Castelo Branco que voltaria para a seleção. Trabalhei muito, nesta terça-feira (19) estou feliz por dar a volta por cima”.
O impacto da Premier League na seleção
“Ele esteve no CT do Tottenham, viu como é a estrutura lá, conversou com nosso torcedor. O estilo de jogo deles é meio parecido, é um jogo agressivo. Ele gostou muito. Essa aproximação com os jogadores da Europa nos dá confiança também, sabe? Conversou com a gente aqui, olho no olho, eu mesmo falei para ele que a seleção para mim é primeiro lugar. Deus no céu e seleção brasileira na terra. Passei essa confiança. Muito bom estar aqui nesse começo e que a gente construa uma seleção vitoriosa”.
Treino desta segunda-feira (18)
“O professor pediu para fazer uns piques, voltei de lesão na semana passada, retrasada no caso. Fiz um treino físico curto para entrar no ritmo. Nosso treinador dá bronca quando tem que dar e dá alegria também. Chegou para ganhar com o Tottenham e creio que ele ganhará títulos com o Tottenham em dois ou três anos”.
Metas a serem batidas
“Eu fico muito feliz de estar alcançando essa marca [50 jogos na seleção]. Principalmente com a camisa da seleção. Poucos têm número tão expressivo assim. Tenho 20 gols fora da Olimpíada. Não quero parar por aqui, quero mais. Próxima marca é 100 jogos e por aí vai. Espero continuar assim, evoluindo com essa camisa e conquistando vários títulos”.
Ausência nos jogos passados
“Eu na TV sou tipo no estádio, torço mesmo, ainda mais contra a Argentina. Fico nervosão torcendo para a seleção ganhar. Sou torcedor tipo vocês, fico nervoso mesmo vendo a TV”.
LUCAS MUSETTI PERAZOLLI E THIAGO ARANTES / Folhapress