Rio Open: Matos encarou quadra “fantasma” e perda familiar antes de título

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Rafael Matos entrou para a história ao se tornar o primeiro brasileiro campeão do Rio Open em dez anos de torneio. Antes de alcançar a glória nas duplas, porém, o gaúcho enfrentou contratempos, como uma perda familiar recente e um período em que chegou a treinar em uma quadra “fantasma”.

Natural de Porto Alegre, Matos ficou um tempo sem clube fixo para treinar. Dos 11 aos 19 anos, ele era de um projeto que se encerrou. Na sequência, foi para Itajaí (SC), onde permaneceu por dois anos, mas não aguentou a distância da família e retornou para a capital do Rio Grande do Sul. E foi aí que encarou as maiores dificuldades.

Nesses primeiros meses, eu não tinha clube para treinar, um lugar fixo. Eu ia de lugar em lugar. Treinamos em um clube abandonado em Teresópolis [bairro de Porto Alegre], cheio de mato, só eu e ele [treinador Franco Ferreiro], em janeiro, num sol de 40 graus. Só quem viu aquela cena sabe como foi

Rafael Matos

O gaúcho foi às lágrimas ao citar a família e relembrar do tio, que morreu ano passado. O parente era muito apegado à sua avó e ele deu a ela um troféu de vice-campeão, em um torneio na China, como forma de amenizar a dor.

“Foi na final de Chengdu. Durante a semana, meu pai me ligou e falou que meu tio tinha falecido. E eles [tio e avó] eram muito apegados, ele morou a vida inteira com minha avó. Eu queria o título, acabei perdendo e dei o troféu de vice para ela. A família sempre foi tudo para mim. Saí de casa, fiquei dois anos morando fora, quis voltar, estava sentindo falta deles. Eles sempre me apoiaram e sou muito grato a eles”, disse Rafael Matos.

O tenista brasileiro quebrou o protocolo e “invadiu” a arquibancada após o título. Lá estavam seus parentes em peso e ele fez questão de abraçar um a um, em um momento emocionante do Rio Open.

A parceria com o colombiano Nicolas Barrientos é do início de 2024. No Rio Open eles disputaram o sétimo torneio juntos. Matos explicou os critérios para escolha da dupla, após encerrar 2023 sem um parceiro.

“Prefiro sempre jogar com um parceiro fixo, então comecei a ir atrás e o Nico foi uma das primeiras opções pelo estilo de jogo dele. Ele é de fundo de quadra, assim como eu jogo. É um cara trabalhador, e eu via uma disparidade até então”, disse.

BRUNO BRAZ / Folhapress

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