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Riqueza dos cinco maiores bilionários dobra em três anos, diz relatório

60% da riqueza do Brasil está nas mãos dos 1% da população brasileira, dos mais ricos. Foto: Riya Kumari.

GENEBRA, SUIÍÇA (FOLHAPRESS) – O fim da pandemia deu impulso à produção de riqueza global, mas também a desigualdade cresceu nos primeiros anos desta década, indica a nova edição do relatório global da ONG Oxfam sobre o tema, “Desigualdade S.A.”.

O levantamento, divulgado oficialmente nesta segunda (15) por ocasião do encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos, que reúne nos Alpes suíços o topo da pirâmide política e econômica global, indica que a soma de bilionários do planeta está US$ 3,3 trilhões —ou 34%— mais rica do que no início desta década de crise, e seu patrimônio cresceu o triplo do que a inflação no período.

No caso de Elon Musk, o empresário dono da Tesla e do X (ex-Twitter) que ocupa o primeiro lugar da lista, o salto no patrimônio foi de 737% —a título de comparação, a fortuna de Warren Buffett, outrora o líder do ranking e hoje o quinto o colocado, cresceu 48% nesse intervalo, aponta o estudo.

A parcela de riqueza dos 60% mais pobres, que era de 2,26%, caiu para 2,23%, segundo os dados compilados pela ONG a partir do Relatório Global de Riqueza de 2023, do banco suíço UBS, e dos dados globais de riqueza do Credit Suisse relativos a 2019, período anterior à pandemia de coronavírus.

“Em apenas três anos, vivemos uma pandemia global, guerra, uma crise no custo de vida e o colapso climático, e cada crise ampliou o fosso —não tanto entre os ricos e as pessoas que vivem na pobreza, mas entre uns poucos membros de oligarquias e a grande maioria”, diz o texto.

Além da desigualdade entre pobres e ricos, com 50% dos ativos globais nas mãos de 1% da população (ou 60%, no caso brasileiro), o estudo ressalta os abismos entre países ricos e países pobres; a diferença de renda entre brancos e negros e a falta de equidade entre homens e mulheres.

Neste último caso, o levantamento afirma que as mulheres detêm, em média, 38,5% das riquezas globais, ainda que sejam 49% dos habitantes do planeta, segundo projeções mais recentes. Quanto à divisão racial, a Oxfam aponta o caso brasileiro, em que a renda das famílias brancas em média supera a das negras em 70%, em que pesem as diferenças nas ocupações e no acesso à educação.

A Oxfam liga o aumento de patrimônio dos mais ricos a um aumento do poder das corporações e ao crescimento do monopólio em diversos setores, o que se reflete, para a ONG, à forte presença de presidentes-executivos de empresas entre os bilionários e vice-versa. Segundo o relatório, 37% dos CEOs das 50 maiores empresas do mundo estão na lista de bilionários.

Isso ocorre especialmente no de tecnologia —3 dos 5 mais ricos do mundo advêm dessa área (Musk, o dono da Amazon, Jeff Bezos, e o da Oracle, Larry Ellison; o segundo é Bernard Arnault, do grupo de varejo de luxo LVMH, e o quinto é Buffett)— e catalisa a desigualdade geográfica.

Em 2023, 69% da riqueza e 74% dos bilionários se concentravam nos países mais desenvolvidos, localizados sobretudo no hemisfério Norte e que abrigam apenas 21% da população.

LUCIANA COELHO / Folhapress

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