SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As consequências da chuva no Rio Grande do Sul, que teve 75 mortes confirmadas até este domingo (5), chamam atenção para o histórico de desastres climáticos no Brasil. Os temporais da última semana já provocaram a pior catástrofe desse tipo na história do estado, segundo o governo gaúcho.
Com números de vítimas crescendo a cada atualização oficial –a quantidade de mortos e pessoas afetadas mais do que dobrou desde sexta-feira (5)–, o impacto dos temporais no Rio Grande do Sul se aproxima das piores tragédias causadas pela chuva no país.
A lista é encabeçada pela região serrana do Rio de Janeiro, que em 2011 teve a pior chuva já registrada na história brasileira, mas tem casos com centenas de mortes de Norte a Sul. Confira abaixo:
Em janeiro, a Folha mostrou que 4.111 pessoas morreram no Brasil entre 1991 e 2022 por ocorrências de alagamentos, enxurradas, inundações, movimento de massa, tornado, vendavais, ciclones, chuvas intensas e granizo –média de uma morte a cada três dias, na qual se destaca o estado do Rio de Janeiro, onde ocorreram 1.511 mortes no período.
O levantamento foi realizado com dados do Atlas de Desastres no Brasil, do MDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional). Os dados de 2023 ainda não foram consolidados na base.
MAIORES TRAGÉDIAS CAUSADAS PELA CHUVA NO BRASIL
1 – Região Serrana do RJ, 2011
Considerada a maior tragédia climática na história do país, a chuva do dia 12 de janeiro de 2011 deixou, oficialmente, um total de 918 mortos. Até hoje, no entanto, não há um número consolidado de desaparecidos: o Ministério Público fala em 99 pessoas, mas os três municípios (Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis) mais afetados informam um total de 307
2 – Caraguatatuba, 1967
Após vários dias de chuva forte em Caraguatatuba, as encostas deslizaram na madrugada do dia 17 de março; a catástrofe, considerada a maior do estado de São Paulo, não tem um número oficial de mortes, mas elas são calculadas entre 450 e 500 vítimas
3 – Petrópolis, 2022
Onze anos depois de ser atingida pela maior catástrofe climática no país, a cidade de Petrópolis registrou a segunda marca mais trágica: 235 pessoas morreram e duas ficaram desaparecidas após a chuva de 15 de fevereiro.
4 – Laranjeiras (RJ), 1967
Em 1967, um deslizamento soterrou casas e prédios em Laranjeiras e causou a morte de cerca de 200 pessoas. No Estado, foram 300 mortes e 25 mil feridos nas chuvas de 20 de janeiro daquele ano
5 – Recife, 1966
A cheia do rio Capiberibe de maio de 1966 é considerada a maior tragédia causada pelas chuvas no estado de Pernambuco; várias regiões de Recife ficaram submersas e o número de mortos chegou a 175
6 – Região Metropolitana do Rio, 2010
Em abril de 2010, ao menos 138 pessoas morreram em consequência das fortes chuvas na região metropolitana do Rio de Janeiro; a cidade de Niterói foi uma das mais atingidas, com ao menos 72 mortes, e houve também vítimas na capital e São Gonçalo, Nilópolis, Engenheiro Paulo de Frontin, Petrópolis e Magé
7 – Santa Catarina, 2008
Em dezembro de 2008, uma forte chuva atingiu cidades do Vale do Itajaí, provocando o que é considerada a maior tragédia do estado; ao todo, 16 cidades catarinenses registraram mortes, que chegaram ao total de 135
8 – Pernambuco, 2022
Em maio de 2022, um total de 129 pessoas morreram devido a chuvas que atingiram a região metropolitana de Recife e a zona da mata, em Pernambuco; o número de desabrigados passou de 9.000 pessoas, e foram quase 120 mil desalojados, tornando-se a segunda maior catástrofe climática na história do estado
Redação / Folhapress