SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A revista France Football vai divulgar neste sábado (9) detalhes da votação que deu ao volante espanhol Rodri a Bola de Ouro por seu desempenho na temporada 2023/24, mas adiantou alguns dados na véspera, entre eles a pontuação total dos dois primeiros colocados. O vencedor teve vantagem de 41 pontos sobre o brasileiro Vinicius Junior: 1.170 a 1.129.
O contestado prêmio foi definido pelos votos de jornalistas de 99 nacionalidades um de cada país dos cem primeiros lugares no ranking da Fifa (Federação Internacional de Futebol), menos a Síria, que não votou. Cada membro do júri listava dez jogadores, por ordem de preferência, com 15 pontos para o primeiro, 12 para o segundo e, na sequência, 10, 8, 7, 5, 4, 3, 2 e 1.
Nove atletas constaram em ao menos uma lista como o melhor do ano. Além dos dois primeiros colocados, foram apontados como número um o inglês Jude Bellingham (5 jornalistas), o espanhol Dani Carvajal (4), o alemão Toni Kroos (2), o francês Kylian Mbappé (1), o norueguês Erling Haaland (1), o argentino Lautaro Martínez (1) e o nigeriano Ademola Lookman (1).
O vencedor Rodri não constou nem entre os dez nas relações apresentadas por cinco jurados. Já Vinicius Junior foi excluído da lista de três jornalistas. Não houve grande consenso entre os votantes, uma vez que nenhum deles mandou os cinco primeiros na ordem que teve a pontuação final: Rodri, Vinicius Junior, Bellingham, Carvajal e Haaland.
O resultado foi bastante contestado pelos torcedores do Brasil, que esperavam um triunfo de Vinicius Junior, e pelo Real Madrid, que venceu a última Champions League com o atacante como destaque. Ciente de que o atleta não levaria o troféu, o clube cancelou o voo que levaria sua delegação a Paris para a cerimônia, no último dia 28, o que gerou momentos de constrangimento.
Não havia ninguém para receber o prêmio de melhor treinador, vencido pelo italiano Carlo Ancelotti, comandante do time branco, ou para erguer o troféu de melhor equipe do futebol masculino, o próprio Real Madrid. A ausência foi parte de uma briga do clube com a Uefa (União das Associações Europeias de Futebol), parceira da France Football na premiação.
No Brasil, a escolha de Rodri, apesar de seu ótimo desempenho no Manchester City, campeão inglês, e na seleção espanhola, campeã da Europa, foi atribuída por muitos à luta de Vinicius Junior contra o racismo. O entendimento, que é o do próprio jogador, segundo pessoas próximas, é o de que seu ativismo custou a taça.
Votos que já foram abertos por jornalistas reforçam a impressão de que a escolha, ao menos a de parte do colégio eleitoral, foi motivada pelo comportamento do fluminense de São Gonçalo, não por seu futebol. O subjetivo “fair play” é um dos critérios listados pela France Football e foi usado por alguns que escolheram o espanhol em detrimento do brasileiro.
“Com Vinicius há um porém, em relação ao critério do fair play. Ele é vingativo e provocador demais”, opinou, por exemplo, o jornalista camaronês Gustave Samnick, da revista Notre Afrik. “Vinicius ainda precisa amadurecer sua personalidade”, disse o alemão Karlheinz Wild, da revista Kicker.
O brasileiro já avisou que não pretende mudar. Claramente incomodado com o resultado da votação, não parabenizou Rodri e se pronunciou por meio da rede social X, com apenas uma frase. “Farei dez vezes se for preciso. Eles não estão preparados”, publicou, pouco após o término da cerimônia em Paris.
Redação / Folhapress