RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O contraventor Rogério de Andrade foi transferido para o presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (12).
A decisão ocorre após a 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, responsável pela expedição do mandado de prisão contra o bicheiro, determinar que o contraventor seja transferido para um “estabelecimento prisional federal de segurança máxima”.
Rogério está preso desde o dia 29 de outubro apontado como o mandante da morte do também contraventor Fernando Iggnácio, em novembro de 2020.
Procurada, a defesa do bicheiro não se manifestou até esta publicação.
Na manhã desta terça, o bicheiro deixou o Complexo de Gericinó, na zona oeste da capital fluminense, e foi levado para a base aérea do aeroporto Santos Dumont, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio. Uma aeronave da Polícia Federal fará a transferência para a capital mato-grossense.
Enquanto aguardava a ida para a penitenciária federal, Rogério ficou em uma cela isolada do presídio de segurança máxima Laercio Pellegrino, o Bangu 1.
O advogado Raphael Mattos, que representa o contraventor, chegou a entrar com dois pedidos de habeas corpus, na semana passada. O primeiro pedia a revogação da prisão preventiva de Rogério. Já o segundo solicitava a suspensão dos efeitos da decisão que determinou a inclusão do bicheiro no Regime Disciplinar Diferenciado.
Os dois pedidos foram negados pela desembargadora Elizabete Alves de Aguiar, da 8ª Câmara Criminal do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio.
Segundo a decisão judicial, “está delineado que o denunciado Rogério exerceria o papel de líder de um grupo criminoso envolvido em crimes como homicídio, corrupção, contravenção e lavagem de dinheiro, além de possuir contatos em órgãos de segurança estaduais. Portanto, a transferência para um presídio federal com Regime Disciplinar Diferenciado é necessária para impedir sua interferência na coleta de provas e nas investigações em curso contra outros envolvidos”.
Rogério de Andrade, conhecido por ser o maior bicheiro do Rio e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, foi preso na Operação Último Ato, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A promotoria afirma que a nova denúncia tem novas provas que indicam que Rogério seria o mentor do assassinato de Fernando Iggnácio.
Iggnácio, genro e sucessor do contraventor Castor de Andrade, foi morto em 10 de novembro de 2020 na zona oeste do Rio. Ele havia acabado de desembarcar de um helicóptero, vindo de Angra dos Reis, quando foi atingido por tiros de fuzil.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress