RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, responsável pela expedição dos mandados de prisão contra o bicheiro Rogério de Andrade e Gilmar Eneas Lisboa, determinou que o contraventor seja transferido para um “estabelecimento prisional federal de segurança máxima”.
Rogério passará por uma audiência de custódia no presídio de Benfica, localizado na zona norte da cidade e, em seguida, será encaminhado ao Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste onde aguardará a transferência para o sistema prisional federal. Em Gericinó ele vai ficar em Bangu 1, presídio de isolamento.
A reportagem entrou em contato com o advogado de Andrade, João Maia, defensor que aparece cadastrado em outra denúncia contra o contraventor sobre um homicídio, mas ele ainda não se manifestou.
Segundo a decisão judicial, “está delineado que o denunciado Rogério exerceria o papel de líder de um grupo criminoso envolvido em crimes como homicídio, corrupção, contravenção e lavagem de dinheiro, além de possuir contatos em órgãos de segurança estaduais. Portanto, a transferência para um presídio federal com Regime Disciplinar Diferenciado é necessária para impedir sua interferência na coleta de provas e nas investigações em curso contra outros envolvidos”.
Rogério de Andrade, conhecido por ser o maior bicheiro do Rio e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, foi preso na Operação Último Ato, deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, nesta terça (29). A promotoria afirma que a nova denúncia tem novas provas que indicam que Rogério seria o mentor do assassinato de Fernando Iggnácio.
Iggnácio, genro e sucessor do contraventor Castor de Andrade, foi morto em 10 de novembro de 2020 na zona oeste do Rio. Ele havia acabado de desembarcar de um helicóptero, vindo de Angra dos Reis, quando foi alvejado com tiros de fuzil 556.
A promotoria já havia denunciado Andrade em março de 2021, mas, em fevereiro de 2022, a 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu trancar a ação penal por falta de provas. No entanto, novas investigações conduzidas pelo Gaeco revelaram que, além de sucessivas execuções relacionadas à disputa entre Rogério e Fernando Iggnácio, Gilmar Eneas Lisboa -um PM reformado- teria sido responsável por monitorar a vítima antes de sua morte. Lisboa não aparece na primeira denúncia.
BRUNA FANTTI / Folhapress