Romero para Palmeiras e põe Boca Juniors na final da Libertadores

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após empate sem gols há uma semana no estádio da Bombonera, em Buenos Aires, o Boca Juniors não se intimidou pela pressão da massa de palmeirenses na noite chuvosa desta quinta-feira (5) no Allianz Parque, em São Paulo, e eliminou o Palmeiras na decisão por pênaltis em partida válida pelas semifinais da Copa Libertadores.

Com poucas oportunidades de ambos os lados nos 45 minutos iniciais, na primeira chegada no gol de Weverton, o Boca conseguiu abrir o placar.

O atacante uruguaio Merentiel, emprestado pelo Palmeiras ao time argentino, fez boa jogada pela esquerda, se livrou da marcação do zagueiro Gustavo Gómez, e cruzou para que o artilheiro Edinson Cavani apenas completasse para dentro do gol aos 22 do primeiro tempo, fazendo seu primeiro na Libertadores.

No segundo tempo, o Palmeiras voltou mais agressivo, com as entradas dos atacantes Endrick e Kevin nos lugares de Artur e Marcos Rocha, e conseguiu chegar com perigo ao gol de Sergio Romero, com o atacante Rony principalmente. A pressão surtiu efeito. Aos 18 do segundo tempo, o uruguaio Piquerez arriscou um chute de fora da área, que desviou em defensores do Boca e dificultou a defesa do goleiro argentino, empatando a partida.

Nos pênaltis, os jogadores do Boca foram mais eficiente nas cobranças e fizeram 4 a 2. Veiga e Gómez perderam para o Palmeiras, com boas defesas do goleiro do Boca. Do lado argentino, apenas Cavani perdeu a sua cobrança.

O Boca agora encara na finalíssima o Fluminense de Fernando Diniz, que também comanda interinamente a seleção brasileira até a possível chegada em 2024 do italiano Carlo Ancelotti, hoje no Real Madrid.

A final está prevista para o dia 4 de novembro no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, casa do tricolor das Laranjeiras, que se classificou para a decisão nesta quarta-feira (4) após conseguir uma virada nos últimos minutos do jogo contra o Internacional.

Com a vitória nesta quinta, o Boca Juniors amplia para quatro as vitórias contra o Palmeiras em uma fase decisiva do torneio continental.

A primeira delas foi na final de 2000. Naquele ano, o time comandado por Luiz Felipe Scolari defendia o título conquistado no ano anterior, mas sucumbiu diante da formação liderada pelo craque Juan Roman Riquelme na decisão por pênaltis no Morumbi lotado.

O time do Boca voltou a eliminar o Palmeiras nas semifinais da Libertadores em 2001, novamente nos pênaltis, e na mesma fase também em 2018, após vitória contra o time brasileiro por 2 a 0 na Argentina e empate por 2 a 2 em São Paulo.

Para chegar à final neste ano, o Boca se classificou em primeiro lugar na fase de grupos, deixando para trás Deportivo Pereira, da Colômbia, Colo-Colo, do Chile, e Monagas, da Venezuela.

Na fase oitavas de final, em um confronto acirrado contra o Nacional, do Uruguai, o Boca passou apenas na decisão por pênaltis após empate por 0 a 0 fora de casa e por 2 a 2 na Bombonera. Nas quartas de final, passou pelo Racing, da Argentina, também nos pênaltis.

O vencedor do confronto entre Boca e Fluminense, além de levar para casa uma bolada de US$ 18 milhões (R$ 93 milhões) pelo título, ainda pode pegar o campeão da Champios League Manchester City no Mundial de Clubes.

O time argentino é o segundo maior vencedor da Libertadores com seis conquistas (1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007) e vai tentar igualar o recorde de sete taças do Independiente.

Dos seis canecos levantados até aqui, em quatro os argentinos derrubaram um time brasileiro na final -Cruzeiro em 1977, Palmeiras em 2000, Santos em 2003 e Grêmio em 2007.

Apesar do retrospecto super vitorioso, o time argentino vinha sofrendo com derrotas amargas na competição ao longo dos últimos anos.

Na última decisão em que chegou, em 2018, foi derrotado pelo maior rival, o River Plate, por 3 a 1 na partida decisiva disputada no estádio Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, na Espanha.

O jogo foi levado para a Europa após o ônibus que transportava os jogadores do Boca ter sido apedrejado por torcedores do River Plate na chegada ao estádio Monumental de Núñez, casa do rival.

Em 2021, o Boca contava com o atacante Tévez e chegou até a fase semifinal, mas acabou perdendo para o Santos por 3 a 0 na Vila Belmiro em um jogo que contou com Soteldo e Marinho inspirados.

A vitória na edição 2023 da Libertadores pode representar, portanto, a primeira de um dos times mais vitoriosos do torneio em 16 anos, fazendo as pazes com a fanática torcida “xeneize” sedenta por uma nova conquista.

PALMEIRAS

Weverton; Marcos Rocha (Kevin), Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Zé Rafael (Fabinho), Gabriel Menino (Flaco López), Raphael Veiga e Mayke (Luis Guilherme); Artur (Endrick) e Rony. T.: Abel Ferreira

BOCA JUNIORS

Sergio Romero; Advíncula, Figal, Marcos Rojo e Fabra; Medina, G. Fernández, E. Fernández, Barco (Valentini); Merentiel e Cavani. T.: Jorge Almirón

Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)

Data e hora: 5 de outubro de 2023, às 21h30

Árbitro: Andres Matonte

Assistentes: Nicolas Taran e Martin Soppi

VAR: Leodan Gonzalez

Público: 40.398

Renda: R$ 4.974.909,22

Amarelos: Rony, Gómez, Veiga, Rojo, Fabra, Ezequiel Fernández

Vermelho: Rojo

Gols: Cavani, aos 23’/1ºT, Piquerez, aos 32’/2ºT

LUCAS BOMBANA / Folhapress

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