BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta terça-feira (25) que o túnel entre Santos e Guarujá está dentre as obras do novo PAC (Programa de Aceleração e Crescimento) e será feito por PPP (Parceria Público-Privada).
Costa disse ainda que o programa, uma das vitrines do governo Lula 3, será lançado no próximo dia 11–esta é a quinta data anunciada.
“O túnel Santos-Guarujá, esta obra estará no PAC. Nós estamos dialogando com estado de São Paulo, com ministro dos Portos. Mas ela deve ser feita numa modelagem de PPP, utilizando inclusive recursos que o Porto de Santos tem, porque isso vai ajudar muito na trafegabilidade do porto também, além evidentemente de melhorar mobilidade urbana”, disse em entrevista à TV BandNews.
O plano para a construção do túnel é uma ideia que já tem 97 anos. A ligação das duas margens do estuário de Santos é considerada o maior gargalo no transporte de mercadorias e pessoas no país.
Por dia, são 78 mil passageiros que atravessam o canal com a balsa e, sem a conexão seca, 10 mil caminhões precisam fazer um percurso de 45 quilômetros para ir de um lado a outro. Por lá passam cerca de 30% das exportações e importações brasileiras
Como mostrou a Folha, a nova gestão da APS (Autoridade Portuária de Santos) adota a travessia submarina como sua principal prioridade. No último dia 20, a autoridade portuária assinou um acordo de cooperação técnica com o Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo). O primeiro objetivo da parceria é adaptar, com a ajuda dos engenheiros, um projeto que foi desenvolvido entre 2012 e 2014 pela Dersa -empresa estadual de infraestrutura viária.
A estimativa é que a obra custe R$ 5,8 bilhões. O túnel teria um pedágio para veículos, e a intenção é garantir que o preço seja o mesmo que é cobrado pela balsa -hoje de R$ 6,20 para motos, R$ 12,30 para carros e até R$ 98,60 para caminhões. O projeto também prevê uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e ciclovia.
Na entrevista, o ministro também voltou a criticar a taxa básica de juros, e defendeu um corte superior a 0,25%.
O Copom (Comitê de Política Monetária) daqui a uma semana, nos dias 1 e 2 de agosto para definir o futuro da Selic. O governo tem pressionado a autarquia para reduzir o juros desde o início do ano.
“0,25% está bom não, acho que precisa de um pouco mais para sinalizar uma queda mais consistente”, disse.
“Até porque a inflação tem caído de forma consistente, não só inflação deste ano, mas a projetada pelos analistas financeiros, aponta queda bastante significativa da inflação para os próximos 12 meses”, completou.
O ministro disse ainda querer que a Selic de forma progressiva e consistente. “Não é expectativa do governo, muito menos do presidente Lula, é expectativa do povo brasileiro, depois empresários dos mais pobres que a taxa de juros caia”, afirmou.
Entre agosto de 2020 e março de 2021, a taxa de juros esteve em seu nível mais baixo da história, aos 2% ao ano. Porém, desde então, ela sofreu sucessivos aumentos. Atualmente, está estacionada em 13,75% -porcentual considerado elevado pelo presidente Lula (PT), que não tem poupado de críticas a atuação do BC, sobretudo, do seu dirigente, Roberto Campos Neto.
MARIANNA HOLANDA / Folhapress