Rússia diz ter frustrado ataque de drone da Ucrânia próximo à sede da Defesa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Rússia acusou nesta segunda (24) a Ucrânia de ter lançado dois drones sobre Moscou atingindo dois prédios sem deixar vítimas.

O ataque se dá um dia depois do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, prometer retaliação pela sequência de ofensivas contra a cidade portuária de Odessa ocorridas desde o início da semana passada, após o líder russo, Vladimir Putin, anunciar sua saída do acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos pelo mar Negro.

A mais recente foi nesta segunda, de acordo com Kiev. A Rússia teria feito um ataque aéreo que destruiu armazéns de grãos ao longo do rio Danúbio —rota alternativa para os grãos ucranianos. No domingo (23), outro ataque em Odessa deixou dois mortos e destruiu partes de uma catedral ortodoxa do século 19.

A questão das exportações escalou após o Serviço Federal de Segurança russo (FSB, antiga KGB) afirmar, também nesta segunda-feira, que encontrou vestígios de explosivos em um navio que viajava da Turquia para o porto de Rostov-do-Don, na Rússia, para pegar grãos. Para o Kremlin, agora é necessário “aumentar a vigilância”.

A despeito da agressão desta segunda contra Moscou, a Rússia vai seguir com o conflito e alcançar todos os seus objetivos, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Kiev raramente reivindica ataques dentro da Rússia ou em regiões controladas por Moscou, mas, nos últimos meses, tem dito que destruir a infraestrutura militar do adversário ajudaria na contraofensiva em curso.

Após as explosões, o ex-presidente russo Dmitri Medvedev disse que o Kremlin precisa variar seus alvos. “Precisamos escolher alvos não convencionais. Não apenas instalações de armazenamento, centros de energia e bases de petróleo”, afirmou ele, hoje vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.

Segundo a Tass, agência estatal de notícias, um dos drones atingiu um centro de negócios na rua Likhatcheva, perto de uma das principais vias da cidade, enquanto o outro foi lançado sobre um local próximo à sede do Ministério da Defesa, em Komsomolski Prospekt —um alvo simbólico, onde os altos oficiais russos discutem os rumos daquilo que chamam ainda hoje, um ano e meio após o início da guerra, de “operação militar especial”.

O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, afirmou que os projéteis atingiram edifícios “não residenciais” por volta das 4h do horário local (22h em Brasília). Já a agência RIA Novosti, também estatal, publicou um vídeo de um arranha-céu que abriga um centro de negócios com alguns danos visíveis em sua parte superior.

A Rússia afirma que sua capital foi alvo de vários ataques de drones neste ano. Um deles, em maio, teria atingido o Kremlin, sede do governo russo e um dos locais mais fortificados do mundo.

Na época, o caso gerou suspeitas de que seria uma operação de “bandeira falsa” —isto é, quando um país simula um ataque contra si mesmo para iniciar uma guerra, retaliar rivais ou escalar uma situação.

Mais recentemente, no início de julho, Moscou disse ter abatido cinco drones ucranianos que teriam sido lançados sobre o Aeroporto Internacional de Vnukovo, na capital.

Paralelamente, Moscou também acusou a Ucrânia de tentar atacar durante a noite a península da Crimeia usando 17 drones. A ofensiva teria atingido um depósito de munição em Dzhankoi e danificado um prédio residencial, segundo Serguei Aksionov, governador da Crimeia instalado pela Rússia. Após as explosões, que não fizeram vítimas, as autoridades isolaram um raio de 5 km a partir do local do incidente.

Há muito a Ucrânia afirma que Dzhankoi, onde a Rússia tem uma base aérea, foi transformada no maior posto militar de Moscou na Crimeia.

Foi o segundo ataque do tipo em três dias na península, que vive em um limbo geopolítico após Moscou anexar o território, em 2014. No sábado (22), um drone explodiu um depósito de munição no centro da Crimeia, levando as autoridades a retirar pessoas das proximidades e suspender brevemente o tráfego rodoviário na ponte que liga a península à Rússia —medida que se repetiu nesta segunda.

A passagem é o maior símbolo da anexação da Crimeia pela Rússia, além de fundamental para o abastecimento das forças de Moscou no contexto da guerra —por esse motivo, Zelenski afirmou na semana passada que a ponte era um alvo legítimo.

Redação / Folhapress

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