SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Sabesp anunciou nesta sexta-feira (6) R$ 15 bilhões em investimentos no saneamento do estado de São Paulo. O pacote vem sendo chamado pelo governo estadual de “o maior da história” da companhia e prevê obras para expandir estações de tratamento de esgoto e ampliar redes de coleta.
O conjunto de obras simboliza a primeira leva de investimentos após a privatização, concluída em julho deste ano. Um dos principais argumentos do Governo de São Paulo para desestatizar a companhia foi a antecipar a universalização dos serviços de água e esgoto do estado de 2033 para 2029. Para isso, a Sabesp terá de executar R$ 70 bilhões nos próximos cinco anos.
Na tarde desta sexta, o CEO da Sabesp, Carlos Piani, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fazem cerimônia para apresentar a medida.
O foco deste primeiro pacote -que representa cerca de 20% dos investimentos em universalização previstos até 2029- é o programa IntegraTietê, que busca avançar na coleta e tratamento de esgoto, contribuindo para a revitalização do rio Tietê e seus afluentes.
As obras devem ser concluídas até o fim de 2026, beneficiando quase 8 milhões de pessoas, segundo o governo estadual.
A primeira fase das obras vai conectar 1,5 milhão de imóveis à rede de saneamento na capital e municípios da região metropolitana, como Guarulhos, Barueri, Suzano, Itaquaquecetuba, São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema.
Também está prevista a construção de novas estações em Guarulhos, Caieiras e Perus, além da expansão da unidade Parque Novo Mundo, na capital, cuja promessa é dobrar a capacidade de tratamento.
Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo de dezembro de 2023, São Paulo tem mais de 600 mil pessoas vivendo em meio ao esgoto e sem saneamento. Na cidade mais rica do Brasil, comunidades inteiras ainda residem em meio ao esgoto.
Em sua primeira conferência de apresentação de resultados, em novembro, o CEO Carlos Piani disse que, para executar o plano de investimentos com mais agilidade e menor risco de interrupção, a estratégia da Sabesp será dividir os contratos para ter mais opções de prestadores de serviço, em vez de oferecer grandes pacotes em que poucas companhias são capazes de operar.
Piani assumiu o cargo no começo de outubro, oficializando a transição no comando da companhia após a privatização.
O executivo ocupava o cargo de presidente do conselho da Equatorial, empresa que se tornou acionista de referência da Sabesp com 15% das ações.
Atualmente, dos 645 municípios paulistas, 375 são atendidos pela Sabesp.
THIAGO BETHÔNICO / Folhapress