Saiba o que cada categoria reivindica na greve desta terça (28) em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A greve marcada para esta terça-feira (28) reúne metroviários, ferroviários, professores, funcionários da Fundação Casa e da Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) com uma pauta conjunta contra planos de repassar serviços públicos estaduais à iniciativa privada.

Embora a oposição às privatizações seja comum a todos os sindicatos que participam da greve, cada categoria tem reivindicações mais específicas. Elas vão de pedidos para revogar cortes de verba na educação até a paralisação de processos que devem resultar na concessão de linhas do sistema de transporte.

Alguns desses planos de privatização são considerado estratégicos pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pois podem servir para custear a expansão da malha metroferroviária da região metropolitana de São Paulo.

EDUCAÇÃO

O sindicato dos professores estaduais, que aderiu à proposta de greve nas últimas semanas, protesta contra um plano do governo Tarcísio que permite a redução de até R$ 9,66 bilhões nos investimentos da educação básica em 2024. O Legislativo estadual recebeu uma PEC (proposta de emenda constitucional) que pode reduzir os gastos na educação de 30% para 25% da receita do estado.

Eles também pedem a revogação do plano de carreira para professores do ensino médio e fundamental, diretores de escola e supervisores educacionais da rede estadual pública, aprovado em 2022, entre outras reivindicações de melhorias das condições de trabalho dos professores.

METRÔ

No Metrô, os funcionários são contrários às intenções, já manifestadas por Tarcísio, de privatizar a operação das quatro linhas públicas: 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata.

O governador diz que a privatização dessas linhas “não está no radar”. A gestão estadual contratou, porém, uma consultoria que estuda a viabilidade de concessão de todas as linhas do sistema de metrô e trem. A prioridade é para projetos de expansão da malha metroferroviária. A consultoria deve apontar as linhas que têm os maiores e menores prejuízos financeiros —hoje, a 15-prata de monotrilho é a mais deficitária.

Os metroviários também têm pautas mais específicas: eles protestam contra a concessão dos serviços de atendimento ao público nas estações e de manutenção da linha 15-prata. Esses dois processos já estão em andamento.

Há ainda um projeto de PPP para reformar e administrar a Estrada de Ferro de Campos de Jordão, no interior do estado. O sindicato pede a paralisação do projeto.

CPTM

Funcionários das linhas férreas do estado querem o fim de um estudo para privatizar todas as linhas que hoje são administradas diretamente pela empresa pública. Esse estudo analisa a possibilidade de conceder as linhas 10-turquesa, 11-coral, 12-safira e 13-jade.

Além disso, existe um edital publicado para a concessão da linha 7-rubi, a mais antiga da CPTM, que conecta a capital com Jundiaí, no interior —o sindicato da categoria também é contrário a esse processo.

A concessão da 7-rubi já está marcada, pois faz parte do processo de reativar a antiga conexão férrea entre São Paulo e Campinas, o Trem Intercidades. A previsão da gestão Tarcísio é que o leilão seja feito em fevereiro de 2024.

Essas linhas funcionariam no mesmo modelo de operação hoje em vigor nas linhas 8-diamante e 9-esmeralda, com administração de uma empresa privada e a fiscalização do poder público. Esse exemplo atrai a maior parte das críticas de funcionários e usuários, pois desde a concessão para a ViaMobilidade houve um aumento de casos de descarrilamento e outros tipos de falha.

SABESP

Um dos principais reivindicações dos grevistas é a oposição ao projeto de privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A proposta já foi aprovada em comissões da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) na semana passada, e agora vai a plenário, para votação geral dos parlamentares.

O governo de São Paulo pretende reduzir sua participação acionária, que hoje é de 50,3%. O objetivo é abrir mão do controle da companhia, diluindo as ações até ficar com algo entre 15% e 30%.

FUNDAÇÃO CASA

Os socioeducadores que trabalham na Fundação Casa, entidade que atende adolescentes privados de liberdade, declararam apoio à greve do dia 28.

Os funcionários têm se mobilizado contra estudos do governo estadual para realizar uma PPP (parceria público-privada) para administrar a fundação. A iniciativa pode resultar em corte de vagas na entidade, que hoje tem cerca de 9.500 funcionários.

Redação / Folhapress

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