Israel afirmou que matou dois chefes do Estado-Maior do Irã em quatro dias. Além deles, outros oficiais de alto escalão também morreram na escalada do conflito entre os dois países na última semana. Veja, abaixo, quem são eles.
- ALI SHADMANI, CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO IRÃ – Shadmani era líder do quartel central na cadeia de comando das Forças Armadas. Figura mais próxima do líder supremo do Irã, ele passou quatro dias no cargo e, após ser nomeado, gerenciou as operações de combate e aprovou planos de ataque do país. O militar se juntou à Guarda logo no início de sua fundação. Ele era estudante de medicina antes da Revolução Islâmica, mas abandonou os estudos para ingressar no exército, relatou a mídia iraniana. Em seguida, preferiu se aliar à corporação revolucionária que surgia como um contrapeso às forças tradicionais.
- GHOLAM ALI RASHID, CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO IRÃ – Antecessor de Shadmani, Rashid foi gerente das operações de combate no país até morrer. Ele foi atingido por um ataque israelense na quinta-feira (13). Antes de assumir o alto cargo militar, ele era vice-comandante das forças armadas do país.
- HOSSEIN SALAMI, CHEFE DA GUARDA REVOLUCIONÁRIA – General foi morto em um bombardeio na noite da quinta-feira. Ele era considerado um dos principais personagens do campo militar iraniano, com declarações ofensivas contra Israel. Salami foi sancionado pelo Conselho de Segurança da ONU em 2006 por ligação com o programa nuclear do país. Ele era veterano da guerra Irã-Iraque e ocupou cargos estratégicos no país desde 1997.
- MOHAMMAD BAGHERI, CHEFE DO ESTADO-MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS – Bagheri se tornou o maior líder militar do Irã em 2016, quando assumiu o cargo. Ele também era uma das pessoas mais próximas do Aiatolá Ali Khamenei e tinha entre as suas funções a implementação da doutrina militar das Forças Armadas do país.
- MOHAMMAD KAZEMI, CHEFE DE INTELIGÊNCIA DA GUARDA REVOLUCIONÁRIA – Kazemi estava no cargo desde 2022 e, segundo as forças armadas israelenses, era responsável pela contra-espionagem no país. O militar também sofreu retaliação estrangeira por seu envolvimento com o programa nuclear. Em outubro de 2022, ele foi sancionado pelos Estados Unidos e em 2024 pelo Reino Unido. O mesmo ataque que o matou também vitimou o vice-chefe de inteligência, Hassan Mohaqiq e os militares Mohsen Bakri e Abu al-Fadl Nikouei, da inteligência das forças Quds.
- AMIR ALI HAJIZADEH, LÍDER DO PROGRAMA DE MÍSSEIS – Amir foi líder do programa de mísseis iraniano e morreu durante a primeira grande ofensiva de Israel, na noite da quinta-feira (madrugada de sexta no Oriente Médio). Uma das suas principais atividades militares recentes foi o ataque a mísseis contra Israel em abril de 2024. Sua morte foi confirmada pelo Irã.
- CIENTISTAS NUCLEARES – Fereidoun Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, foi o principal cientista nuclear morto desde o início dos combates. Segundo Israel, ao menos 14 cientistas nucleares foram vitimados desde a sexta-feira.
ENTENDA O CONFLITO
Israel e Irã estão em conflito bélico desde sexta-feira. Israel bombardeou Teerã, capital do Irã, e anunciou ataques a dezenas de instalações de mísseis no oeste do país alegando que queria “prevenir um holocausto nuclear”. Israel, porém, é o único país que possui bombas nucleares no Oriente Médio.
Desde sexta-feira, 220 mortes foram registradas no lado iraniano e 24 no lado israelense. No Irã, os números incluem os comandantes da Guarda Revolucionária e do Estado-Maior do Exército, além de nove cientistas do programa nuclear.
Nesta manhã, fortes explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém. Sirenes de alerta foram acionadas devido ao lançamento de mísseis iranianos. A Guarda Revolucionária anunciou a “nona salva de ataques combinados de drones e mísseis”
Durante o ataque desta terça-feira (17), o Irã afirmou ter usado um míssil inédito. Um porta-voz do Ministério da Defesa afirmou que o país utilizou um míssil totalmente novo, segundo informações da agência de notícias Fars.
Israel também fez novos ataques ao Irã. Segundo o exército, foram atingidas “dezenas de infraestruturas de armazenamento e lançamento de mísseis terra-terra”, assim como lançadores de mísseis terra-ar e depósitos de drones no oeste do Irã.
Redação / Folhapress