SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Reaberta em maio deste ano, após quatro meses de manutenções, a Sala Cecília Meireles corre o risco de interromper as suas operações em função de uma dívida judicial de R$ 18,5 milhões. Localizada no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, a sala de concertos é reconhecida como um dos equipamentos culturais mais importantes da cidade e um dos mais tradicionais do Brasil.
Responsável por auxiliar o espaço artístico, a Associação dos Amigos da Sala Cecília Meireles e o governo estadual tem sido cobrados por valores que não teriam sido pagos a empresa responsável pela reforma da sala de concertos, a Dimensional Engenharia.
Segundo a associação, condenação pode interromper as atividades da Sala Cecília Meireles. A entidade requisitou a intervenção do governo na tentativa de obter uma negociação amigável extrajudicial com a Dimensional Engenharia, uma vez que o estado detém a propriedade do espaço e é réu da ação judicial.
No último mês de junho, a juíza Regina Lucia Chuquer de Almeida Costa de Castro Lima, condenou a associação e o estado ao pagamento de R$ 3,8 milhões corrigidos. Entretanto, o valor subiu para R$ 15, 3 milhões pelos serviços prestados, aos quais se somam mais R$ 3,2 milhões em encargos, após a empresa ter recorrido.
A empresa afirmou à Justiça que teria sofrido uma série de prejuízos pela falta de pagamento dos aditivos, embora os serviços tenham sido prestados de maneira regular. “Nessas circunstâncias, considerando a regular prestação dos serviços para os quais foi contratada, deve a ré efetuar o pagamento correspondente, sob pena de enriquecimento ilícito da administração”, escreveu a juíza.
A Sala Cecília Meireles foi inaugurada aberta em 1965 e preserva a arquitetura do final do século 19, quando o espaço abrigava o Armazém Romão, uma das mais famosas confeitarias da época. O espaço sediou um hotel e um cinema até se tornar a sala de concertos, baseada no nome da poetisa Cecilia Meireles.
Redação / Folhapress