SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde enviou para a cidade de São Paulo cerca de 170 mil doses da vacina contra a dengue, Qdenga, na última sexta (1º). A capital registra 388 óbitos pela doença em 2024, com mais de 600 mil casos confirmados.
A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal da Saúde diz que recebeu 170.753 doses da Qdenga e que já retomou a aplicação da primeira dose (D1) para a faixa etária de 10 a 14 anos.
A vacina é administrada em duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A aplicação da segunda dose (D2) continua normalmente.
A imunização pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), e aos sábados nas unidades da AMA/UBS Integradas, no mesmo horário.
É necessário apresentar documento com foto e estar acompanhado de um responsável legal maior de idade.
Desde o início da campanha, em abril, 186 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos receberam a primeira dose. Em julho, a cidade recebeu mais 164 mil doses para a D2, das quais 101.839 já foram aplicadas. Atualmente, 79.357 jovens que receberam a D1 estão aptos a receber a D2.
É possível consultar a disponibilidade do imunizante nos postos no portal De olho na fila.
DENGUE NO BRASIL
Em 2024, o Brasil registra 6.550.774 casos prováveis de dengue, com 5.720 mortes confirmadas e outras 1.318 em investigação.
O coeficiente de incidência é de 3.226 por 100 mil habitantes, indicando uma taxa epidêmica, já que a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera uma taxa acima de 300 casos por 100 mil habitantes como indicativa de epidemia.
A letalidade dos casos prováveis é de 0,09%, enquanto entre os casos graves chega a 5,63%, destacando a gravidade da doença em suas formas mais severas.
Especialistas consultados pela Folha, como Andyane Tetila, presidente da Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, e Carlos Magno Fortaleza, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia e professor da Unesp, em Botucatu, alertam para o risco de um novo surto de dengue em 2025, especialmente com a possível circulação dos subtipos virais 3 e 4, que podem encontrar uma população suscetível.
Eles defendem a ampliação da cobertura vacinal e criticam a abordagem limitada do governo em relação à imunização. Fortaleza destaca que o desmonte do sistema de controle epidemiológico durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contribuiu para o agravamento da situação, tornando o país mais vulnerável à epidemia.
RAÍSSA BASÍLIO / Folhapress