RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Não foi das noites mais interessantes para Gustavo Scarpa. O Atlético-MG perdeu para o Fluminense, teve a discussão do meia com Hulk e ele ainda precisou aguentar vaias e xingamentos da torcida do Flu a cada vez que tocava na bola.
A derrota pode ser revertida no jogo de volta das quartas de final da Libertadores, a treta com o colega de time foi minimizada após o apito final, mas a relação com a torcida tricolor é algo que o meia não tem a menor expectativa de reatar.
“As vaias acontecerão para sempre e está tudo certo também. Eu entendo o lado deles. Desde que eu saí, tem essas vaias. Eles foram mais felizes no primeiro tempo dessa disputa, mas eu não levo para o coração, levo na brincadeira. O pessoal xinga de um monte de nomes, mas está tudo certo. Vou levar na boa”, disse Scarpa, após a partida.
DIVÓRCIO CONTURBADO
Tudo isso por causa da forma com a qual o jogador deixou o Fluminense. Ele tinha os direitos dele, mas a torcida e o clube não entenderam bem.
Scarpa entrou na Justiça ao fim de 2017 para cobrar R$ 9,282 milhões, referentes a atraso no pagamento como direitos de imagem e FGTS. Por isso, pediu rescisão imediata com o Flu.
Apesar de o tricolor ter conseguido, já em janeiro de 2018, pagar os atrasados, Scarpa jamais voltou ao clube. Foi para o Palmeiras, mas não sem que antes tivesse idas e vindas na Justiça ainda naquele começo de temporada, até que houvesse a segurança de uma decisão que o respaldasse para trocar de ares.
Só em outubro de 2018 é que houve o fim da disputa entre as partes. O Fluminense recebeu 1,5 milhão de euros do Palmeiras (que descontou das luvas do jogador), e Scarpa abriu mão de receber R$ 735 mil em dívidas trabalhistas que o Flu tinha com ele.
Mas as cicatrizes na mente tricolor continuam. A arquibancada não perdoa e, nesta quarta-feira, começou a vaiar já quando saiu a escalação do Atlético-MG. Scarpa foi o mais hostilizado.
ATUAÇÃO RUIM
Nesta quarta-feira, foi a quarta derrota dele em jogos contra o Fluminense duas pelo Palmeiras e duas pelo Atlético-MG, já neste ano. Ao mesmo tempo, foram quatro vitórias pelo Palmeiras e nenhuma ainda jogando pelo Galo diante do tricolor. Mas Scarpa nunca fez um gol sobre o Flu.
Atuando como ponta/ala na direita, Scarpa teve atuação discreta, assim como o time inteiro do Atlético-MG.
Ofensivamente, a produção foi muito baixa. E ele era o principal responsável pela dinâmica ofensiva pela direita, já que o Galo tinha o zagueiro Bruno Fuchs quase como um lateral improvisado. O posicionamento variou durante o jogo.
Com o estádio a favor e jogando em casa, Scarpa e o Atlético-MG precisarão jogar muito melhor se quiserem chegar às semifinais da Libertadores. As vaias, se ocorrerem, serão em escala muito menor na Arena MRV.
IGOR SIQUEIRA / Folhapress