Se PIB continuar forte, podemos reestimar receitas para 2025, diz Haddad

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta terça-feira (3) que a equipe econômica pode reestimar receitas para 2025 se o PIB (Produto Interno do Bruto) do país continuar mostrando força ao longo do ano.

A projeção mais otimista foi comunicada pela Fazenda depois que os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (3) mostraram que a atividade econômica cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano no Brasil, na comparação com os três meses iniciais de 2024.

Segundo o titular da pasta, a projeção da Fazenda para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2024 –atualmente em 2,5%– deve ser revista para cima. “Nós vamos provavelmente reestimar o PIB para o ano, que deve, pela força com que vem se desenvolvendo, superar 2,7%, 2,8%. Há instituições que já estão projetando um PIB superior a 3%”, afirmou.

“Isso pode inclusive ensejar uma reprojeção das receitas para o ano que vem, se continuar forte como está. […] Nós fechamos o Orçamento com um PIB estimado de 2,5%. Qualquer coisa para além disso vai se refletir no aumento de receitas proveniente do crescimento orgânico da economia”, acrescentou.

Em nota, a SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Fazenda afirmou que a nova estimativa deverá ser mais próxima do resultado observado em 2023, quando a economia brasileira registrou alta de 2,9%. As novas previsões do Ministério da Fazenda serão divulgadas no próximo boletim macrofiscal, no dia 17 de setembro.

O crescimento do PIB no segundo trimestre de 2024 foi superior às estimativas mais atualizadas da equipe econômica para o crescimento desse trimestre (1,1%).

“Os resultados observados para o PIB mostraram que o ritmo de atividade seguiu em expansão no segundo trimestre de 2024, impulsionado pela recuperação da indústria de transformação e construção e pelo avanço dos serviços”, disse o órgão.

Haddad também destacou a recuperação da indústria e a variação positiva da formação bruta de capital fixo, mas citou o risco de pressão inflacionária.

“Nós temos que olhar muito para o investimento, porque é ele que vai garantir um crescimento com baixa inflação. Se nós não aumentarmos nossa capacidade instalada, vai chegar um momento em que nós vamos ter dificuldade de crescer sem inflação”, disse.

“Com o aumento de investimento, algumas indústrias ainda estão com muita margem para crescer produção, mas isso não diz respeito à economia como um todo. Tem setores que já estão inspirando atenção e os investimentos vão ter que se acelerar para que não haja gargalo na oferta”, acrescentou.

Segundo avaliação da SPE, pela ótica da demanda, a expansão foi impulsionada por maior crescimento do consumo das famílias, do governo e dos investimentos. Observou também que os impactos negativos das chuvas no Rio Grande do Sul na atividade econômica do país foram parcialmente mitigados pelas ações de apoio às famílias, empresas e governos locais.

“A expansão esperada para setores mais cíclicos e para a absorção doméstica devem direcionar o crescimento, sendo parcialmente contrabalanceadas por expectativas de recuo da atividade agropecuária, desaceleração da produção extrativa e pela menor contribuição do setor externo”, afirmou.

A equipe econômica ressaltou que as incertezas para o cenário prospectivo estão relacionadas, principalmente, a decisões de política monetária, que podem afetar a recuperação do mercado de crédito. A alta de juros no próximo encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, agendado para os dias 17 e 18, está no radar dos economistas.

O órgão projeta que o ritmo de crescimento deve seguir acentuado, guiado por impulsos vindos do mercado de trabalho aquecido e por melhores condições de crédito a famílias e empresas em relação ao ano anterior.

NATHALIA GARCIA / Folhapress

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