OSASCO, SP E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O corpo de Adilson Custódio Moreira, 53, secretário-adjunto de segurança pública de Osasco, na Grande São Paulo, é velado na prefeitura do município, nesta terça-feira (7).
A cerimônia que começou pela manhã contou com a presença de colegas e familiares, que não quiseram falar com a imprensa. Um cavalo de Moreira, funcionário de carreira da Guarda-Civil, foi levado para a despedida.
O sepultamento está agendado para às 17h, no cemitério Bela Vista.
Moreira foi morto a tiros pelo guarda-civil municipal Henrique Marival de Sousa, nesta segunda (6), após uma reunião de rotina da equipe de segurança da cidade. Estavam presentes líderes da GCM (Guarda Civil Municipal) e da equipe da segurança pública.
Segundo informações de membros da Polícia Civil, o atirador era guarda-civil da 1ª classe de Osasco desde 2015 e tinha desavenças com a vítima.
Ao fim da reunião, segundo relato de presentes, o secretário-adjunto teria convidado todos os interessados a conversar pessoalmente com ele. Henrique Marival teria sido o último a entrar na sala. A porta foi trancada e tiros foram ouvidos.
Segundo a assessoria do secretário-adjunto, a reunião era para saber quais seriam os seguranças do prefeito, ou seja, quem continuaria trabalhando na prefeitura neste mandato. Henrique ficou fora da lista e não aceitou. Daí, teria se descontrolado.
A prefeitura também informou que os dois guardas ficaram trancados em uma das salas do Paço Municipal. Por volta das 18h20, oficiais do Gate (Grupo de Operações Táticas Especiais) chegaram ao local para negociar com o atirador, mas ele se recusou a abrir a porta da sala para a vítima ser socorrida.
Durante o processo de negociação, sua esposa foi chamada. Após quase duas horas, ele abriu a porta e se entregou. Adilson já estava morto, constatou o médico presente.
“A partir do momento que ele verificou uma certa confiança em poder se entregar, sem qualquer consequências, ele deixou a arma no local se se entregou. Só que, infelizmente, o médico adentrou e verificou que o secretário já estava morto há algum tempo, mesmo antes de qualquer ação da guarda civil, bem como das nossas equipes do Gate”, declarou o comandante da Tropa de Choque da PM, Valmor Racorti.
Nota divulgada pelo Gate informa que, durante as negociações, o atirador confessou ter atirado na vítima. “Assim que o advogado solicitado pelo GCM chegou ao local, informou à equipe de negociação que seu cliente havia admitido que a vítima já se encontrava sem vida. Após a negociação, o GCM se entregou às autoridades.”
Em nota à Folha de S.Paulo, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) lamentou a morte do secretário-adjunto de Osasco e informou que o atirador foi levado ao 5º DP da cidade.
O prefeito de Osasco decretou luto oficial de três dias na cidade em virtude da morte do secretário-adjunto.
BRUNO LUCCA E FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress