SÃO PAULO, SP (FOLHARPESS) – Após cinco ataques a policiais em diferentes regiões do estado de São Paulo em 24 horas, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) anunciou que novas operações Escudo tiveram início neste fim de semana. Os casos envolvem tentativas de latrocínio e um assalto a residência. Uma policial militar foi morta.
As operações foram criadas pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) como um padrão de resposta a ataques contra policiais. Os ataques ocorreram em Guarulhos, São Bernardo do Campo (região metropolitana de São Paulo, Hortolândia (no interior paulista) e na zona sul da capital. A pasta não confirmou quantas operações ainda estão em andamento na noite deste domingo (21).
Na última quinta-feira (18), a soldado Sabrina Franklin, 30, foi morta por dois criminosos que tentaram roubar sua moto na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona sul de São Paulo. Segundo a SSP, ela foi atingida por disparos e chegou a ser socorrida no Hospital Municipal de Parelheiros, mas não resistiu aos ferimentos.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que os criminosos a deixaram ferida no chão e chegaram a sair do local do roubo, mas voltaram enquanto ela gritava por socorro e a executaram. Segundo a SSP, dois suspeitos de terem participado do crime foram presos.
No mesmo dia, um policial aposentado de 69 anos foi baleado às 13h ao sofrer uma tentativa de assalto no bairro Eldorado, no distrito de Pedreira, zona sul da capital. Ele foi internado no Hospital das Clínicas.
Em São Bernardo do Campo, na manhã do mesmo dia, um PM de 45 estava com sua mulher andando de moto quando dois homens anunciaram um assalto, segundo a SSP. Um dos criminosos estava armado e disparou contra o casal. O PM foi atingido no abdômen e a mulher, de raspão no pescoço.
Um caso semelhante ocorreu na noite da mesma quinta-feira, em Guarulhos, ainda segundo a secretaria. Um PM de 39 anos contou que foi abordado por dois criminosos em uma moto, que anunciaram um assalto e atiraram contra ele. A SSP diz que ele foi atendido no Hospital das Clínicas e uma bala foi retirada de seu corpo, mas não informou em que parte do corpo ele foi ferido.
Em Hortolândia, a 110 km da capital, um PM de 33 anos informou que ele e sua mulher foram vítimas de uma tentativa de assalto que terminou com um suspeito morto. Quatro homens teriam invado a casa e anunciado o roubo no momento em que a mulher chegava em casa, segundo a SSP.
“Em dado momento, os suspeitos perceberam que a vítima era policial militar e o ameaçaram, porém, o agente conseguiu sacar seu revólver e intervir”, disse a secretaria, em nota. Um homem baleado chegou a ser encaminhado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Os outros três suspeitos teriam escapado.
Ao comentar três dos cinco casos, Derrite afirmou que os criminosos atiraram contra as vítimas após perceberem que eram policiais. Ele também usou suas redes sociais para criticar benefícios concedidos a presos.
“Mais uma vez a comprovação da impunidade que o Brasil gera para esses criminosos”, disse Derrite, em vídeo. “Eu duvido que esses dois criminosos que efetuaram o assassinato da soldado Sabrina não possuam antecedentes criminais. Por isso que a gente não pode abrir mão de acabar com todos os benefícios que criminosos possuem no Brasil, não só a saída temporária.”
Operação deixou 28 mortos na Baixada Santista
A primeira Operação Escudo da gestão Tarcísio teve início no fim de julho do ano passado na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Após mais de um mês de atividade ao menos 28 pessoas foram mortas, o que a tornou a mais letal da polícia paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992.
Ela teve início após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30, que integrava a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tropa de elite da PM). Moradores e familiares das vítimas denunciaram, logo no início da operação, casos em que policiais teriam invadido casas, torturado e ameaçado a comunidade.
Sobre esses relatos, o governo Tarcísio tem afirmado, que todos os casos são investigados minuciosamente pela Polícia Civil e em inquérito da Policia Militar, que os laudos não apontaram tortura e que todas as provas estão sendo compartilhadas com os órgãos de controle.
Um sargento e um soldado da Rota tornaram-se, em dezembro, os primeiros réus da operação. Promotores do Ministério Público estadual acusam os dois PMs de matar um homem de 49 anos que não oferecia nenhum risco, e forjar provas na cena do crime.
A defesa dos policiais afirma que a acusação parte “de análise equivocada dos fatos, não havendo razões jurídicas para que as acusações prosperem”.
Redação / Folhapress