SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Se você costuma xingar Andressa Urach nas redes sociais sempre que vê alguma postagem de conteúdo adulto, saiba que ela não liga para o que você pensa. Pelo contrário. “O hater (odiador da internet) ajuda no engajamento. Quanto maior o teu hater maior o teu sucesso. É aquela coisa: falem bem ou mal, mas falem de mim”, diz a modelo, número 1 do Privacy desde a primeira semana que entrou, em junho de 2023.
Para alimentar ainda mais o interesse por seus vídeos sexuais na rede social que disponibiliza conteúdo erótico para assinantes, ela colocou um litro de silicone em cada mama e tirou duas costelas. “Aumentaram os acessos, pois seios grandes sempre serão um fetiche”, conta ela, que agora é filmada pelo próprio namorado, o também ator pornô Lucas Ferraz.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, a gaúcha, que ainda não pode voltar a ver o filho caçula, Leon, devido às enchentes no Rio Grande do Sul, fala sobre sua turnê de shows de sexo explícito pelo Brasil e dá detalhes sobre sua rotina de filmagens que rendem faturamento milionário. Atualmente, Andressa, 36, investe em uma lanchonete especializada em pratos à base de frango e em imóveis. “Até porque, se eu quiser parar de fazer conteúdo adulto, precisarei de uma forma de me manter.”
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Pergunta – Como gaúcha, como o desastre do Rio Grande do Sul te afetou?
Andressa Urach – Estou muito triste. Só vou conseguir voltar para casa nesta terça (4) porque foi o voo que encontrei. Estou fora de casa esse tempo todo, havia saído de lá duas semanas antes do começo das chuvas. Um cenário muito triste. Tenho um apartamento no interior que quase pegou água, moro no quarto andar e chegou até o terceiro. Meus familiares estão bem.
P. – Você fez alguma doação aos desabrigados?
A. U. – Ajudei algumas pessoas dentro do que eu posso, mas não gosto de ficar divulgando.
P. – Não viu mais seu filho caçula, Leon?
A. U. – A gente só tem se falado por telefone, ele está no sul. Espero que as estradas estejam liberadas no dia 4, porque há pontes destruídas e o acesso está ruim. Só voltando para saber se conseguirei vê-lo.
P. – Como anda a turnê de sexo explícito pelo Brasil?
A. U. – Temos algumas datas já agendadas para alguns estados, mas agora tenho feito mais shows sozinha do que acompanhada. Mas a ideia é percorrer o Brasil todo. Já estive em alguns locais do norte do país.
P. – Atualmente, você é a número 1 da rede social de conteúdo adulto Privacy. Está rica?
A. U. – Foi uma surpresa, não imaginava que teria tanto destaque. Não gosto de falar sobre lucros, mas em 40 dias ganhei mais de R$ 1 milhão só com esse trabalho.
P. – O faturamento continua alto?
A. U. – Continua mais ou menos isso. Minha vida mudou, fazer conteúdo adulto no Privacy me tirou do fundo do poço. Com o que ganho, digamos que dá para ajudar uma futura geração.
P. – Como funciona a dinâmica das gravações, sua rotina?
A. U. – Já deixo gravado bastante conteúdo. Fiquei três, quatro meses produzindo para alimentar as plataformas e poder tirar férias. Antes, quem fazia a seleção dos influenciadores com quem eu gravaria as cenas era meu filho. Hoje, eu faço um post nos stories dizendo que abri agenda e entram em contato comigo. Cada um faz seus exames de doenças sexualmente transmissíveis, HIV, e no dia gravamos. Gravações com homens usamos camisinha. Todos ficam seguros
P. – Tem alguém com quem você gostaria de gravar cenas de sexo?
A. U. – Sim. Com a Rita Cadillac. Quero muito e já conversamos. E a Denise Rocha. A gente trocou mensagem. É aquela mesmo da cusparada comigo em A Fazenda 6 (2013). Faremos alguma brincadeira remetendo àquele episódio. Depois do reality eu pedi desculpas, fiquei na igreja, veio o arrependimento.
P. – As pessoas costumam amar ou odiar Andressa Urach.
A. U. – O hater (odiador da internet) ajuda no engajamento. Quanto maior o teu hater maior o teu sucesso. Eu gosto deles. É aquela coisa: falem bem ou mal, mas falem de mim.
P. – Esse mesmo pensamento serve para quando criticaram seu filho como seu cinegrafista?
A. U. – Sim, foi um ótimo engajamento que gerou retorno financeiro para mim e para ele, um marketing muito bom. O Arthur me gravou no primeiro ano e agora quem me grava é meu namorado, Lucas [Ferraz]. Nunca ligamos para a opinião dos outros.
P. – Ainda sofre com os fiéis após romper com a Igreja Universal?
A. U. – Os crentes falam que eu vou para o inferno criando conteúdo adulto. Esses eu nem respondo.
P. – Qual sua religião?
A. U. – Sigo acreditando apenas em Jesus, mas não na religiosidade da igreja. Sei que existe um “depois”, pois passei por isso e presenciei [após quase morrer por aplicação de hidrogel nas pernas, em 2014]. Deus perdoará os pecadores e todos nós pecamos.
P. – Você está tentando engravidar?
A. U. – Estava tentando, mas nós conversamos e decidimos nos conhecer melhor e esperar mais. Estávamos de férias em Natal (RS) e agora retornamos. Decidimos esperar mais pela correria, pelos projetos que queremos fazer. Eu teria que parar de gravar com outros influenciadores, o ritmo das gravações diminuiria. Logo agora que coloquei um litro em cada seio e tirei duas costelas.
P. – Tem sentido algum desconforto após mais esses procedimentos estéticos?
A. U. – Nenhum. As cirurgias foram um sucesso e a cicatrização está boa. Aumentaram os acessos, porque seios grandes sempre serão um fetiche para a ala masculina.
P. – Pretende fazer conteúdo adulto até que idade?
A. U. – Há espaço para todas as pessoas, novas, velhas, gordinho, magrinho, é um mercado aberto. Enquanto eu estiver feliz vou continuar. Eu tinha uma meta de fazer até os 40 anos, mas não vejo porque não continuar após isso. Idade não é limite. Minha saúde mental que tem de estar boa.
P. – Atualmente você tem outras fontes de renda?
A. U. – Eu invisto em imóveis, tenho casas alugadas. E também invisto em lojas que vendem frango. Até porque vou envelhecer e se quiser parar de fazer conteúdo adulto, precisarei de uma forma de me manter.
P. – Você já quase morreu, se converteu, se arrependeu, lançou livro, voltou à prostituição, fez conteúdo adulto. Que balanço faz da sua vida?
A. U. – A vida passa rápido. A gente tem que viver o hoje, amar nossa família, porque depois pode ser tarde demais. Só nós podemos mudar nossa vida. Precisamos perdoar e lutar por nós.
LEONARDO VOLPATO / Folhapress