Redação
Além de tirar os agasalhos do armário, a chegada do inverno também significa encontrar formas de deixar a casa mais quente e aconchegante.
Um estudo realizado no Reino Unido revela que aqueles que vivem em casas frias têm mais chances de relatarem problemas de saúde mental. E o risco é três vezes maior para aqueles que já apresentam algum tipo de distúrbio. A conclusão foi de que casas frias são uma fonte evitável de danos sociais, com impactos significativos na saúde.
É importante lembrar que tanto as condições térmicas ambientais, que envolvem variáveis como temperatura e umidade, como os fatores individuais (idade e metabolismo) devem ser levados em conta na hora de aquecer a casa, afirma Renata De Vecchi pesquisadora do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e especialista em conforto térmico.
Veja seis dicas para deixar a casa mais quente no inverno:
INVISTA EM DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS E LAREIRAS
Ar-condicionados, lareiras a lenha e desumidificadores são sempre bem-vindos. Mas, para quem quer praticidade sem gastar muito dinheiro, é possível investir em aquecedores e até lareiras portáteis.
“Lareiras a álcool são uma excelente saída”, afirma a arquiteta Cláudia Pereira. “Não precisa ter um espaço designado específico, e muito menos chaminé. Existem opções que você pode colocar até em cima de mesas, é bem gostoso para o inverno e dá uma sensação de aconchego.”
Outra ideia em alta é o piso aquecido, diz. Para não pesar na conta de luz, colocá-lo em ambientes pequenos como banheiros é o melhor custo-benefício.
VEDE PORTAS E JANELAS
As esquadrias são elementos utilizados em portas e janelas para fechar vãos. Entre as vantagens estão a vedação contra o frio, chuva e barulhos externos. “É a saída para pessoas que se preocupam muito com ruído externo e já funciona para fazer o isolamento térmico”, diz Pereira.
Se o desejo é instalar algo por conta própria e ter mais flexibilidade, películas com isolamento e fitas veda frestas são algumas opções.
BUSQUE AJUDA NA DECORAÇÃO COM TAPETES, MANTAS E ALMOFADAS
Mudar alguns móveis de lugar e adicionar algumas almofadas, mantas e tapetes é um passo importante para tornar a casa mais quentinha e aconchegante.
No quarto, a cabeceira de cama ajuda a afastar seu corpo do contato com a parede, que estará fria nos dias de inverno. O enxoval mais robusto também entra em cena: roupa de cama mais pesada (edredom) e mantas na poltrona, pé de cama e sofás.
Item indispensável nas casas dos anos décadas atrás, a arquiteta afirma que muitos clientes estão optando pelo carpete.
“Não foi um nem dois clientes que quiseram colocar carpete nos quartos. O desempenho dos novos aspiradores de pó e alguns equipamentos de lavagem profissional fizeram com que as pessoas perdessem o medo, tirando aquela visão de que carpete é sujo e só ataca a rinite”.
DEIXE AS CORTINAS ABERTAS DE DIA E FECHADAS A NOITE
Nos dias frios, é fundamental aproveitar ao máximo a luz do sol. Ou seja, deixar as cortinas e persianas bem abertas. De noite, o ideal é mantê-las fechadas para evitar a troca térmica inversa.
As janelas da face norte são as melhores para aquecer passivamente os ambientes, aproveitando aquele calor bastante desejado do sol, que está em menor altitude e incide diretamente durante todo o dia. Mas é importante lembrar que, mesmo no inverno, o sol ao norte pode sobreaquecer, afirma a pesquisadora De Vecchi .
VENTILE O AMBIENTE, MAS SÓ O NECESSÁRIO
Ventilar a casa é importante, mas não por muito tempo: cinco minutos diários são suficientes. A melhor hora para fazer é nos horários mais quentes do dia, entre 10h e 16h, diz ela.
Segundo a especialista, a melhor opção é a ventilação cruzada, com duas ou mais aberturas (janelas ou portas) opostas para o ar fresco entrar no espaço. Como o maior problema da alta umidade do ar no inverno é a proliferação de ácaros, fungos e mofos, o ideal nas semanas chuvosas é usar desumidificadores ou aparelhos de ar condicionado para controlar a umidade no interior sem precisar abrir janelas.
SE POSSÍVEL, SEJA FLEXÍVEL
Por vivermos em um país tropical, que tem um verão quente, o projeto arquitetônico deve estar preparado para todas as estações, permitindo a operação e a adaptação dos espaços no decorrer do ano.
Quanto maior o esforço para deixar a casa quente no inverno, maior será a dificuldade de dispersar o calor no verão.
“O que podemos fazer de forma mais sazonal é revestir pisos e paredes com tecidos mais aconchegantes e quentes que podem ser facilmente trocados ou guardados”, fala a especialista em conforto térmico.
THAIS PORSCH