ORLANDO, EUA (UOL/FOLHAPRESS) – “Bom dia! Coletiva às 13h. Jogador: Lucas Paquetá”
A mensagem foi enviada pela CBF à imprensa às 10h da manhã da última sexta-feira (31), cerca de três horas antes da coletiva. A escolha do atleta que concederia entrevista pegou grande parte da mídia de surpresa, mas se confirmou como um xeque-mate na polêmica da acusação feita pela Federação Inglesa contra Paquetá por manipulação para fins de apostas esportivas.
Internamente, a CBF discutiu e viu como a melhor forma de blindar o jogador justamente colocá-lo para falar sobre o tema. O processo se iniciou ainda no Brasil, diante da acusação, e foi discutido aos poucos para dar segurança a todos os lados.
Ao dar voz a Paquetá, a CBF evita que o assunto permeie em toda e qualquer coletiva de outros atletas. Sem que Paquetá fosse aos microfones falar por ele próprio, outros jogadores acabariam tendo que responder sobre assuntos relacionados a ele, como por exemplo o estado do jogador diante das acusações, etc.
A ação foi vista tanto pela CBF quanto pelo estafe de Paquetá como a melhor forma de ‘fechar o caso’. A avaliação é que tudo que tinha para ser dito já foi dito e, salvo qualquer novidade sobre o tema, a tendência é que o assunto fique de lado por enquanto.
Em dado momento, uma ressalva foi feita sobre Paquetá acabar dando declarações que poderiam prejudicá-lo mais à frente, mas a hipótese foi logo descartada diante de dois fatores: preparação do jogador para a entrevista e momento para a coletiva.
Paquetá foi instruído a fazer um pronunciamento sobre o tema e avisar que não responderia mais perguntas sobre o caso. Durante a coletiva, até foi questionado sobre um assunto que resvalava no processo, mas se manteve firme às orientações.
“Já falei que não posso comentar mais detalhes sobre o caso, então não posso responder. Fico triste pela decisão, mas não muda o que temos que fazer para reverter e cooperar. Estou muito feliz de estar aqui e espero muito ser campeão da Copa América”, disse o jogador.
O momento também foi visto como ideal por outro motivo: a pouca presença de jornalistas no local. Além do UOL, somente outros quatro veículos se fazem presentes desde o início da preparação para a Copa América.
O QUE MAIS PAQUETÁ FALOU
“Só queria agradecer publicamente ao presidente Ednaldo pelo esforço que teve em apurar bem os fatos relacionados a tudo que ocorre comigo e pela decisão da permanência. Agradeço ao Dorival, Rodrigo, comissão e torcida que me apoia. Vai ser a primeira e única vez que vou falar. Fui aconselhado a não fazer comentários sobre o caso. Continuo fazendo o possível, cooperando, advogados trabalham na minha defesa e faremos de tudo para ser esclarecido no fim. Estou preparado, fiz uma temporada muito especial e comprovei isso nas últimas convocações. Estou pronto, queria muito estar aqui e farei meu melhor pela seleção brasileira”
EDER TRASKINI / Folhapress