Sem ajuda prévia de Landim, Bap toma posse e inicia transição no Flamengo

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O Flamengo terá, nesta quarta-feira, a posse do novo presidente, Luiz Eduardo Baptista, o Bap. Ele poderá, de fato, dar início ao processo de transição de governos, já que não contou com a ajuda do atual mandatário, Rodolfo Landim, nos últimos dias. Os dois reforçaram a distância com uma semana mais conturbada.

O mandato de Bap só passa a valer no dia 1º de janeiro. A partir desta quarta, porém, Landim é obrigado a iniciar o processo de transição.

No dia seguinte à eleição, Bap já tentou antecipar essa movimentação, mas sem sucesso. Landim se recusou a dar antecedência e a chapa vencedora se sentiu prejudicada por perder uma semana no planejamento para 2025.

Mesmo assim, Bap e seus pares já se reuniram com algumas pessoas da antiga gestão. O próximo presidente teve um almoço com Marcos Braz, enquanto pessoas próximas se encontraram com o CEO Reinaldo Belotti, designado para esse primeiro momento. Bruno Spindel também participou de alguns papos, já que deve ser mais ativo nas mudanças do futebol. Ele ainda não tem definido se fica ou não, já que Bap gosta dele.

A partir da posse nesta quarta-feira, porém, não tem mais volta. A chapa vencedora terá acesso a todos os documentos, contratos, salários, entre outros, para saber o que esperar do Flamengo para o próximo triênio. Bap já mandou um recado aos fornecedores para não assinarem novos contratos, já que estes podem ser revistos.

Entre os desafios estão as contratações para o time. Até o dia 1º, quem assina os contratos é Landim. No entanto, Bap deve esperar até assumir de fato para começar as movimentações. Seja de novos jogadores ou de renovações, como David Luiz, que ficará sem contrato em 31 de dezembro.

O novo departamento de futebol já está mapeando o mercado. José Boto chegará ao Rio de Janeiro no dia 26, após o Natal, mas já estava em contatos com Bap para definir os primeiros passos e traçar estratégias. Ele também já falou com Filipe Luís para entender as carências e necessidades da equipe.

DE ALIADOS A INIMIGOS

Bap e Landim foram aliados até pouco tempo e houve até a expectativa de apoio no pleito. O vencedor da eleição foi um dos membros da Chapa Azul que elegeu Eduardo Bandeira de Mello, de quem foi vice de marketing antes de romper. Em 2018, participou da chapa de Rodolfo Landim e posteriormente ocupou a vice-presidência de relações externas na primeira gestão. Ele também fez parte do “conselhinho”, que auxiliava o atual presidente nas decisões do futebol.

Agora, porém, eles não têm mais nenhuma relação. A chapa eleita acredita que Landim está dificultando de propósito o processo de transição.

A camisa 10 a Arrascaeta também pegou mal. Os dois não conversaram e Bap ficou sabendo através das redes sociais sobre a decisão. O assunto ganhou força nos últimos dias, quando o meia disse querer assumir o número. O novo presidente declarou que concordava com isso e pouco depois Landim chamou a todos de última hora para a gravação do momento.

LUIZA SÁ / Folhapress

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