RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A CPI das Apostas no Senado vai terminar os trabalhos sem ouvir os jogadores Lucas Paquetá, do West Ham, e Luiz Henrique, do Botafogo.
Ambos foram convocados, mas conseguiram postergar a presença a ponto de a oitiva se tornar inviável, diante dos prazos da CPI e do recesso parlamentar.
O relator da CPI é Romário (PSB-RJ), que pretende apresentar o documento com as conclusões dos trabalhos em 5 de fevereiro, após o recesso, que começa sexta-feira (20). A votação do relatório fica prevista para a semana posterior à apresentação do relatório, dia 11 ou 12 de fevereiro.
“Vamos ver se existe a possibilidade de fazer alguma coisa quarta. Mas a princípio, esse ano terminou”, disse o ex-jogador, que no domingo (15) fez um dos gols da despedida de Adriano Imperador, no Maracanã.
A CPI recebeu vários documentos ao longo dos últimos dias, principalmente relacionados a quebras de sigilos. Isso envolve Bruno Tolentino, tio de Paquetá.
Os parlamentares estão com as informações sobre dados telemáticos e bancários de Bruno, que preferiu ficar em silêncio diante dos senadores.
Como o UOL já mostrou, saiu da conta do tio de Paquetá um dos depósitos para Luiz Henrique, no início de 2023, próximos a ocasiões em que o jogador, então no Bétis, levou cartões amarelos. Em março, empresas de monitoramento do mercado de apostas soltaram um alerta envolvendo apostas casadas nos jogos de Paquetá e Luiz Henrique.
Paquetá alegou que não iria depor quando foi marcado porque enviaria no início deste mês a defesa no processo conduzido pela Federação Inglesa. O jogador foi formalmente denunciado sob acusação de levar quatro cartões amarelos de forma proposital.
Sobre Luiz Henrique, o Botafogo adiou o depoimento no último dia 4, sob alegação de que ele só voltaria ao Brasil depois do Intercontinental, no dia 20 deste mês (sexta-feira).
O time foi eliminado antes, Luiz Henrique engatou as férias e está em Paris com a noiva.
“Não vai ter mais convocação em relação à CPI porque o tempo está meio esgotado”, completou Romário.
Além do cenário de Paquetá e Luiz Henrique, há outras frentes de apuração na CPI, principalmente de casos que já foram investigados em outras frentes, como no Ministério Público de Goiás (MP-GO).
IGOR SIQUEIRA / Folhapress