Semana de quatro dias de trabalho no Brasil, ESPN entra nas bets por R$ 10 bi e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Semana de quatro dias de trabalho no Brasil, ESPN entra nas bets por R$ 10 bi e outros destaques do mercado nesta quinta-feira (10).

**SEMANA DE 4 DIAS NO BRASIL**

Empresas brasileiras começarão a testar em dezembro a semana de quatro dias de trabalho.

A iniciativa será tocada por aqui pela 4 Day Week e pela Reconnect Happiness at Work, empresa que atua no crescente segmento da felicidade corporativa.

ENTENDA

A proposta do projeto é testar a nível global o modelo 100-80-100, com 100% do salário, 80% das horas e 100% da produtividade.

As inscrições estão abertas até o fim de agosto, e características como tamanho da empresa e setor não são critérios de exclusão.

A partir de novembro, o Boston College, que trabalha com a 4 Day Week, começará a acompanhar as empresas do piloto —uma avaliação será feita após três meses e outra, ao final.

Os organizadores dizem que há empresas brasileiras interessadas na novidade, mas nem todas têm o pique de testar a aplicação na prática.

O GRANDE VILÃO

O programa discute com as empresas principalmente os critérios para reuniões —que precisam ser mais curtas e mais resolutivas.

Pesquisa de 2022 da Harvard Business Review mostra que 70% das reuniões tiram empregados de trabalho produtivo.

EM OUTROS PAÍSES

No Reino Unido, o projeto-piloto durou seis meses e foi realizado com 61 empresas. Dessas, 38 disseram que manteriam o teste e 18 decidiram manter a semana de quatro dias.

Em Portugal, o teste começou pelo setor público, e o levantamento deve terminar no início de setembro.

Também há experiências na Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e Irlanda.

**ESPN BET**

A Disney aceitou uma proposta de US$ 2 bilhões (R$ 9,8 bilhões) da Penn Entertainment para vincular sua famosa rede de transmissão de esportes ESPN ao segmento de apostas esportivas.

As plataformas da Penn, presentes em 16 estados americanos, serão renomeadas para ESPN Bet.

EM NÚMEROS

Para se ligar à tradicional marca, a operadora de cassinos vai pagar US$ 1,5 bilhão (R$ 7,3 bilhões) em dinheiro ao longo de dez anos e dar mais US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) em ações.

O QUE EXPLICA

Assim como no Brasil, o mercado de bets é recente nos EUA. Ele foi liberado após uma decisão da Suprema Corte em 2018, e hoje está presente em 34 estados e no Distrito de Columbia, mostra o Financial Times.

O CEO da Disney, Bob Iger, chegou a dizer que as apostas não combinavam com a imagem da empresa, mas afirmou que mudou de ideia porque a aceitação das pessoas pelo negócio é bem maior hoje.

Em outras empresas de mídia, porém, a resistência continua. O jornal britânico Guardian cita pesquisas que indicam correlação entre publicidade de bets com a vontade de apostar para afirmar que não aceita patrocínios de empresas do setor.

No Brasil, 12 bets figuraram entre os 300 maiores anunciantes em 2022. O levantamento é do site meio&mensagem com dados da Kantar Ibope Media.

E aqui? Após a legalização das apostas esportivas em 2018, o setor aguardava por uma regulamentação, que foi detalhada apenas no mês passado.

O tema ainda será alvo de um projeto de lei e de portarias e decretos, e as empresas esperam que as mudanças só comecem a valer no próximo ano.

Um levantamento da Comscore mostra que o Brasil é o terceiro país no mundo que mais consome sites de apostas, atrás somente dos EUA e da Inglaterra.

No ano passado, o Ministério Público começou a investigar uma quadrilha acusada de fraudar apostas no futebol nacional, o que levou jogadores a serem banidos do esporte.

O tema é apurado também por uma CPI na Câmara. O relator, Felipe Carreras (PSB-PE), é sócio de uma produtora que organiza eventos patrocinados por empresas de apostas esportivas, mostrou a Folha de S.Paulo.

**COPEL PRIVATIZADA**

A privatização da paranaense Copel movimentou R$ 5,2 bilhões na Bolsa brasileira. Foi a segunda maior oferta de ações no ano, só atrás da operação da BRF que alcançou R$ 5,4 bilhões em julho.

EM NÚMEROS

A demanda pelas ações da Copel chegou perto de R$ 12,5 bilhões e atraiu tanto investidores locais quanto estrangeiros.

Segundo a agência Reuters, 70% das ações ofertadas ficaram com investidores nacionais, e 30%, com gringos.

A operação foi precificada a R$ 8,25 por papel. Nesta quarta, dia seguinte à oferta, a ação fechou em alta de 0,46%, a R$ 8,68.

ENTENDA

o processo de privatização foi bem parecido com o feito pela Eletrobras, no ano passado.

O estado, que tinha 31% da empresa, não participou do follow-on (oferta subsequente de ações) e ficou com participação de 15,6%. Os recursos da oferta foram para o caixa do governo do Paraná e para a própria empresa.

Agora, a Copel vira uma “corporation” (empresa sem controlador definido), mas a oferta previu algumas restrições –que também valem para a Eletrobras:

– Limitação a 10% do poder de voto de acionista ou grupo de acionistas –mesmo que a participação seja maior;

– “Poison pill”: evita a tomada de controle à força por um único acionista;

– “Golden share”: confere ao Paraná poder de veto em determinados assuntos.

MAIS SOBRE BOLSA E MERCADOS

O BB (Banco do Brasil) divulgou seu balanço do segundo trimestre, quando teve lucro líquido de R$ 8,8 bilhões, alta de 11,7% ante o ano anterior. O banco também revisou para cima a projeção de crescimento da carteira de crédito em 2023.

**OOGLE E GRAVADORAS BUSCAM SOLUÇÃO PARA IA NA MÚSICA**

O Google e a gravadora Universal Music estão negociando uma parceria para licenciar o uso de melodias e vozes de artistas em canções geradas por inteligência artificial. As conversas ainda estão em estágio inicial, relata o Financial Times.

ENTENDA

O objetivo de um eventual acordo é desenvolver uma ferramenta para que os fãs criem essas faixas de forma legítima e paguem por elas aos proprietários dos direitos autorais. Os artistas ainda teriam a opção de aceitar ou não.

A Warner Music, outra gigante do setor, também está conversando com o Google sobre a novidade, afirma o jornal britânico.

Por que importa: a evolução das ferramentas de IA, principalmente as que produzem conteúdo, já gerou dor de cabeça para a indústria de áudio.

O cantor Drake foi um a criticar uma música produzida por IA sem a sua autorização que imita sua voz e a do cantor The Weeknd.

A canção viralizou nas plataformas de streaming e foi removida após pedido da Universal Music.

A aposta do Google e das gravadoras é que, com a devida regulamentação e autorização, os fãs possam gerar conteúdos como versões cover e mash-ups (combinação de músicas diferentes) com seus artistas preferidos.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

MERCADO

Governo estuda manobra na Constituição para pagar precatórios em dia sem afetar metas fiscais.

Equipe econômica discute propor PEC para classificar parte das dívidas judiciais como despesa financeira.

BANCO CENTRAL

Drex, da família do Pix, começa a ser testado; veja como vai funcionar. Banco do Brasil deu início aos testes com nova moeda digital; Caixa também fará parte do projeto e cooperativas já emitiram tokens.

MERCADO

Como descobrir se seu CPF está sendo usado indevidamente em um celular pré-pago. Site indica, de forma gratuita, se há outras linhas telefônicas em seu nome.

JUSTIÇA

Justiça condena Uber a indenizar passageiro que esqueceu celular em carro de motorista. Companhia afirma não ser responsável por objetos deixados no interior de veículos.

MERCADO

Uísque em homenagem a ex-escravo que ensinou Jack Daniel vive boom nos EUA. Marca Uncle Nearest foi batizada em referência a Nathan Green, homem apagado da história da destilaria mundial.

DISNEY

Disney diminui prejuízo no streaming, mas perde assinantes no Disney+.Empresa teve segundo recuo consecutivo em sua principal plataforma de filmes e séries.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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