Senadores candidatos a prefeito passam vexame em Fortaleza, BH e Goiânia

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os três senadores que se candidataram a prefeito nas eleições deste domingo (6) fracassaram nas urnas, sendo que dois deles ficaram próximos da lanterna na disputa.

Eduardo Girão (Novo) ficou em quinto na corrida à Prefeitura de Fortaleza, assim como Vanderlan Cardoso (PSD) obteve em Goiâniar.

Carlos Viana (Podemos) foi apenas o sétimo na eleição de Belo Horizonte.

O único senador que saiu vitorioso nas urnas, neste domingo, foi Rodrigo Cunha (Podemos), mas em um posto lateral —ele foi eleito vice-prefeito na chapa de JHC (PL), que conseguiu a reeleição em Maceió.

Em Belo Horizonte, Viana chegou a figurar numericamente em segundo lugar na pesquisa do Datafolha divulgada na segunda quinzena de agosto, mas acabou murchando nas seguintes, após o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV.

Vanderlan também esteve em posição vantajosa, empatado no primeiro lugar nas pesquisas anteriores da capital de Goiás, mas viu parte de seus votos migrarem para os outros candidatos de direita —Sandro Mabel (União Brasil), apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), e Fred Rodrigues (PL), nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Já Girão passou a campanha nas posições mais baixas das pesquisas de intenção de voto. Em pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5), teve 3% dos votos, ocupando a quinta posição.

O senador não teve tempo de televisão, porque o Novo não atingiu a cláusula de barreira em 2022, e não esteve em todos os debates eleitorais. Em um deles, no último dia 17, foi retirado do local, já com o debate em andamento, por ordem da Justiça.

Na ocasião, um adversário de Girão ingressou na Justiça alegando que, pelo acordo que definia as regras do debate, só seriam convidados candidatos que fossem de partidos com uma representação mínima de 5 parlamentares no Congresso —o que não era o caso do Novo naquele momento.

Nas redes sociais, disse que apostava nos votos dos indecisos para conseguir uma virada no resultado e que era o único capaz de derrotar a esquerda no segundo turno, porque tinha a menor rejeição entre os postulantes. “Por isso, o sistema me tirou da maioria dos debates. Eles não querem, de jeito maneira, que vocês saibam que eu sou candidato”, disse em vídeo.

O resultado deste domingo faz jus ao retrospecto dos políticos que, desde 1985, tentaram trocar o tapete azul do Senado por uma prefeitura. De acordo com a Casa Legislativa, dos 32 nomes que disputaram cabeças de chapa nas eleições, só 6 foram eleitos.

Nas disputa municipal anterior, por exemplo, os dois senadores que foram às urnas acabaram derrotados em Natal (Jean Paul Prates, do PT) e em Goiânia —também com Vanderlan.

Na época, o senador do PSD chegou a ir ao segundo tuno, mas acabou derrotado por Maguito Vilela (MDB), que estava havia mais de um mês em internação hospitalar. O emedebista morreu em janeiro de 2021, cerca de dois meses e meio após ser internado, vítima de complicações da Covid-19.

O último senador que conseguiu se tornar prefeito foi Marcelo Crivella (PRB, hoje Republicanos), em 2016, no Rio de Janeiro.

RANIER BRAGON E VICTORIA AZEVEDO / Folhapress

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